Gelson está de volta

Depois do empate do FC Porto na Vila das Aves, o jogo da Mata Real passou a ter uma importância reforçada para o Sporting, que não podia perder a oportunidade de se aproximar do líder da classificação, até porque um tropeção nesta altura poria em causa o sempre muito falado "estofo de campeão".

O Sporting passou o teste de Paços de Ferreira, mas não foi uma exibição brilhante perante um adversário que nunca se rendeu e que correu muito, apostando na mobilidade de dois avançados que puseram a cabeça em água a uma defesa muito experiente e geralmente segura. Não sei se vi esta época alguma equipa em Portugal a chatear tanto com este Paços.

Não que eles tivessem tido muitas oportunidades flagrantes para além do golo e daquela bola que bateu na barra, mas fartaram-se de morder, obrigando a defesa leonina a muito trabalho, como o demonstram os muitos cantos conquistados, mesmo que Rui Patrício só tenha feito uma defesa difícil, logo no início do jogo, isto não considerando o lance do golo, onde a excelência do nº 1 do Sporting foi traída pela passividade dos seus companheiros, já a pensarem no duche.

Mas se o que equilibrou este jogo foi a vontade dos jogadores paçenses perante um Sporting na ressaca da Liga dos Campeões, o que o desequilibrou foi a superior qualidade dos futebolistas leoninos, especialmente Gelson Martins, que parece estar de volta à sua melhor forma, mas também de gente como Fábio Coentrão e Jérémy Mathieu, mesmo que Bruno Fernandes pareça estar em quebra e que Marcos Acuña tenha revelado alguma falta de ritmo. O Sporting tem melhores jogadores e mesmo correndo menos e sem mudar totalmente o chip, ganhou, mas que correu alguns riscos, correu.

O golo do Sporting surgiu no melhor período da equipa, depois de Gelson Martins e principalmente Bas Dost, terem desperdiçado boas ocasiões para marcar, e na 2ª parte Bruno Fernandes ainda acertou no poste, antes de Gelson Martins fazer o 2-0, enquanto o Paços só reduziu em cima da hora confirmando a triste sina que este Sporting tem de sofrer golos à beira do fim. Visto assim até parece que foi fácil, mas como já anteriormente referi, o Paços fartou-se de chatear.

As substituições que Jorge Jesus disse terem sido forçadas, também não ajudaram muito, porque Bruno César pareceu afectado com o regresso de Marcos Acuña que o vai empurrar inevitavelmente para o banco, enquanto Bryan Ruiz, ainda por cima vindo de uma longa paragem, não tem pedalada para jogar no meio, o que de resto já se tinha visto na época passada. Vai daí que nem o 2-0 arrumou a questão e foi preciso sofrer até ao fim.

Finalmente uma palavra para a boa arbitragem e para as declarações dos treinadores do Paços de Ferreira sobre a demora na validação do primeiro golo e o facto de Tiago Martins não ter ido ver ele mesmo as imagens. Em primeiro lugar mais vale perder um minuto e decidir bem, do que decidir à pressa e mal. Neste caso o VAR decidiu como manda a lei, em caso de dúvida deixou andar pois nenhuma imagem é suficientemente esclarecedora, embora pareça tudo legal. Quanto ao resto, eu nunca vi um árbitro a recorrer às imagens em casos de foras de jogo, que são casos objectivos, quem está na Cidade do Futebol vê e informa o árbitro que obviamente segue essas indicações. O resto é conversa.

Agora não se esqueçam de ganhar ao Belenenses.

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