O peso das substituições

O Sporting voltou a defrontar um peso pesado do futebol europeu e perdeu como de costume, apesar da boa imagem que deixou depois de ter estado em vantagem no marcador e de a espaços ter equilibrado o jogo.

Nestes jogos com os tubarões é fundamental entrar bem e aproveitar o habitual deixa andar destas equipas que por vezes se deixam surpreender, principalmente quando do outro lado está um grupo bem organizado e com jogadores de qualidade como é o caso do Sporting.

Foi assim que o Sporting se apresentou em Turim como uma equipa personalizada que com um bocadinho de sorte, mas também graças à classe de Bruno Fernandes e à velocidade de Gelson Martins, se apanhou a ganhar quando iam decorridos apenas 12 minutos de jogo.

Costuma-se dizer que todas as alturas são boas para marcar, mas talvez tenha sido cedo de mais, pois este golo acordou a Juventus, ou foi acordando, porque até ao empate a coisa até não estava muito negra, mas aquela falta estúpida de Rodrigo Battaglia estragou tudo, pois para Pjanic dali aquilo é quase um penalti.

O Sporting sentiu a empate e até ao fim da 1ª parte sofreu um bom bocado. A equipa não conseguia sair do seu meio campo, nem sequer ter bola, despachando-a de qualquer maneira, o que tornou o jogo feio, com muito contacto físico e bola pelo ar, de tal forma que o intervalo foi um alívio para todos os sportinguistas.

Na 2ª parte o jogo melhorou tornando-se mais equilibrado, mas acabou por ser decidido quando os treinadores mexeram nas suas equipas, com vantagem para Allegri, que para além de ter melhores soluções no banco, foi bem mais feliz do que Jorge Jesus.

No final do jogo o treinador do Sporting disse que houve uma altura em que pensou que até podia ganhar, mas na verdade o que ele fez foi tentar segurar o empate com uma substituição de cariz defensivo, que teve como principal resultado o recuo da equipa quando esta atravessava a sua melhor fase, e com o efeito secundário bem nefasto de ter tirado Bruno Fernandes do meio, onde estava a fazer miséria.

Nessa altura parecia-me evidente que se justificava a saída de Bas Dost, muito esforçado, mas pouco vocacionado para estes jogos, e a entrada de gente como Seydou Doumbia ou Daniel Podence, que podiam trazer mobilidade e velocidade ao ataque.

Eu sei que agora é fácil falar, mas se Jorge Jesus estava a sentir que podia ganhar aquele jogo bem que podia ter tentado, mas não, preferiu pôr trancas na porta para segurar o empate e acabou perdendo, porque assim aconteceu o inevitável com a Juve a encostar o Sporting lá atrás.

Depois a diferença fez-se pelo peso dos bancos, com Douglas Costa a inventar um cruzamento para golo na primeira vez que tocou na bola e Jonathan Silva a deixar-se antecipar pelo poderoso Mandzukic.

Agora o que interessa é mudar o tal chip e ganhar ao Chaves e esperar que o Olympiacos naõ se arme em Légia de Varsóvia e já agora que o mestre da táctica seja mais feliz da próxima vez.

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