Dormir, acordar e acreditar

O Sporting deslocou-se a um campo onde tinha perdido na época passada e Jorge Jesus não arriscou, apostando naquela que neste momento se pode considerar como a sua equipa base, com uma excepção no lugar de lateral esquerdo, devido à lesão de Fábio Coentrão.

Apesar disso a equipa teve uma 1ª parte muito fraca, com a nova dupla do meio campo a revelar uma compreensível falta de entrosamento, pois Rodrigo Battaglia e William Carvalho só tinham jogado alguns minutos juntos no jogo da 1ª jornada e por incrível que pareça e ao contrário do que eu esperava, o argentino pareceu menos à vontade na posição 8 do que tinha estado na 6, onde o internacional português patenteou toda a sua classe, mostrando não estar nada afectado pela rábula com o West Ham.

Tudo mudou com a lesão de Cristiano Piccini, pois Jorge Jesus resolveu apostar na entrada de Alan Ruiz, recuando Bruno Fernandes um pouco no terreno. Mas se o 8 até sente mais à vontade no lugar que era de Adrien, com o argentino em campo em vez de ficarmos a jogar com um 10, ficámos a jogar com dez e a equipa não melhorou nada.

O intervalo chegou com um aceitável zero a zero, mas tinha sido o Feirense a única equipa a criar algum perigo junto à baliza adversaria, enquanto o Sporting acho que nem um remate à baliza tinha feito, pois a equipa de Nuno Manta nunca deixou jogar, pressionando no campo todo.

Não sei o que é que Jorge Jesus disse aos seus jogadores no intervalo, mas deve tê-los alertado que para ganhar era preciso correr pelo menos tanto como a equipa adversária, ou que o jogo da Liga dos Campeões era só para a semana, e a verdade é que o Sporting da 2ª parte foi uma equipa completamente diferente, com uma entrada muito forte que resultou em dois golos de rajada.

Desta vez nem houve tempo para aquela conversa de que o 2-0 é um resultado muito perigoso, nem para o Sporting voltar ao ritmo da 1ª parte, pois o golo do Feirense surgiu logo a seguir na sequência de um canto.

O 2-1 não alterou a feição do jogo e o Sporting continuou a dominar. O 3-1 esteve à vista quando Marcos Acuña falhou uma espécie de penalti em movimento, até que Jonathan Silva perdeu estupidamente uma bola e do nada o Feirense empatou o jogo.

Jorge Jesus promoveu de imediato duas alterações no onze e se Iuri Medeiros mexeu com a equipa, Seydou Doumbia quase que não se viu. Já Nuno Manta resolveu segurar o pontinho que estava ali à mão de semear e pagou por isso no último lance da partida, em que o jogador que ele metera para defender o empate cometeu um penalti talvez desnecessário.

E pronto, Setembro começou com mais uma vitória arrancada a ferros num campo onde ninguém vai ter facilidades, onde o Sporting depois de uma 1ª parte sonolenta conseguiu rapidamente chegar à vantagem e não baixou os braços perante as contingências do jogo que levaram o Feirense à igualdade, fazendo-me recordar do "nós acreditamos em vocês" da época de 2015/16.

Agora segue-se um jogo onde está essencialmente em causa a disputa por um lugar na Liga Europa, porque o resto é para desfrutar e dar nas vistas perante a elite do futebol europeu e tudo o que vier para além disso será lucro.




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