Terminou (a)gosto

Depois de duas chapas 5 nos tais jogos ditos decisivos, o Sporting recebeu o Estoril em clima de muita confiança, mas é precisamente nestas alturas que por vezes acontecem as grandes surpresas pelo que estes acabam por ser os jogos que mais me preocupam.

Duas equações relevantes se levantavam neste confronto com o Estoril: Em primeiro lugar a dúvida de como iria Jorge Jesus resolver a questão do posicionamento de Bruno Fernandes, e depois restava também saber como se iria apresentar o Estoril em Alvalade, dado tratar-se de uma equipa orientada por um treinador da nova geração que parece já ter ultrapassado a mentalidade do ferrolho à antiga portuguesa, ainda muito querida por alguns treinadores da velha guarda e seus discípulos.

A lesão de Adrien Silva resolveu o primeiro problema, tendo Jorge Jesus apostado em recuperar a dupla de avançados da época passada, com Alan Ruiz nas costas de Bas Dost, mas o argentino está longe da sua melhor forma e quase passou ao lado do jogo.

Um golo aos 3m e outro aos 11, não deram tempo para vermos do que era capaz este Estoril de Pedro Emanuel e o jogo parecia resolvido apesar daquela história de que o 2-0 é um resultado muito perigoso para quem está a ganhar. Eu por mim acho que o perigo é para quem está a perder, mas pronto, os teóricos da bola descobrem estas coisas.

A verdade é que o tal 2-0 permitiu ao Sporting entrar naquela ideia de controlar o jogo sem forçar muito, até porque a equipa estava na ressaca de Bucareste e na realidade os Leões mostraram-se capazes de fazer essa gestão com muita qualidade, pois que eu me lembre o Estoril só teve uma oportunidade de golo, quando Monteiro falhou por pouco uma emenda à boca da baliza, na sequência de um canto.

De resto a defesa do Sporting superiormente comandada por Jérémy Mathieu, nunca deu grandes hipóteses a um Estoril que pelo menos foi tentando jogar, mas na frente faltou matar o jogo e até houve uma ou outra oportunidade para isso, a melhor das quais foi desperdiçada por Marcos Acuña, que logo a seguir viu Lucas fazer o golo da sua vida.

Eureka, aí estava a confirmação dos tais perigos do 2-0 e partimos para uns alucinantes 10 minutos finais, mas sempre com o Sporting muito perto dos 3-1 que Moreira e o VAR impediram, até que no último instante exultaram os teóricos da bola, só que o VAR estava lá.

Pagava para ver as trombas dos milhares de lampiões que exultaram com o golo do Estoril nas tascas deste nosso pobre país, quando o VAR os fez sentar depois dos urros com que festejaram o 2-2 que não valeu.

No fim não posso concordar com as criticas de Jorge Jesus ao fiscal de linha que deixou passar essa jogada que não seria assim tão fácil de avaliar quanto o treinador leonino afirmou. Temos de ser condescendentes nestes lances, onde mais vale a pena deixar passar do que cortar lances limpos que depois já não podem ser corrigidos.

O primeiro ciclo da época foi cumprido com nota positiva, agora falta o fecho do mercado e consolidar a equipa para os difíceis testes de Setembro.

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