Surpreendidos pelo Steaua

Na ante-visão ao jogo da 1ª mão do play-off da Liga dos Campeões, Jorge Jesus reconheceu que conhecia melhor o Vitória e o Aves, do que o Steaua, mas duvido que ele tenha sido mesmo surpreendido pela postura defensiva dos romenos, muito idêntica à adoptada pelos setubalenses em Alvalade.

A verdade é que o treinador leonino apenas fez uma alteração ao onze do jogo anterior, trocando de lateral esquerdo, parecendo assim acreditar que aquilo que não tinha resultado na sexta-feira passada, agora ia funcionar melhor, talvez à espera de um Steaua menos fechado.

Mas não, este jogo teve muitos pontos de contacto com o anterior, mas com a significativa diferença de que a equipa de Bucareste é muito melhor do que a de Setúbal e assim o Sporting apesar de ter tido o mesmo volume de futebol ofensivo, raramente conseguiu entrar na muralha dos romenos, que ao contrário do Vitória nunca perderam de vista a baliza de Rui Patrício, que até teve mais trabalho do que Florin Nita, pois aquele Alibec não tem nada a ver com o Edinho.

O Sporting voltou a entrar forte, fartou-se de conquistar cantos, mas é confrangedora a forma como estes lances são desperdiçados sem causarem nenhum perigo às balizas adversárias. De resto a equipa cercou, cercou, mas a bola nunca chegava a Bas Dost e Marcos Acuña foi o único a chegar à área em condições marcar, mas atirou ao poste, depois de uma excelente abertura de Daniel Podence que apesar de todo o seu empenho denota algumas dificuldades quando o jogo fica muito engarrafado.

Com o passar do tempo a equipa foi perdendo gás e os romenos começaram a mostrar ao que vinham, pelo que quando o intervalo chegou já o Sporting tinha passado alguns pequenos sustos.

Esperava-se mais uma entrada forte na 2ª parte, mas aconteceu precisamente o contrário. A equipa reapareceu muito ansiosa e precipitada e as substituições que tinham resultado muito bem no jogo com o Vitória, desta vez não aditaram muito, principalmente no que diz respeito a Seydou Doumbia que praticamente não se viu, enquanto Bruno Fernandes trouxe mais critério na aproximação à baliza romena e pelo menos tentou rematar, mas sem êxito.

Neste período as melhores oportunidades acabaram por ser do Steaua, o que de certa forma deita por terra os elogios de  Jorge Jesus à prestação defensiva da equipa que não foi assim tão brilhante quanto ele diz, embora Jérémy Mathieu me esteja a surpreender pela positiva, ao contrário de Cristiano Piccini que continua a não convencer.

No fim com um jogador a mais, a equipa acabou num ataque desordenado que não deu em nada e temos de reconhecer que não mereceu mais do que aquele empate, que deixa tudo quase na mesma. Quase, porque agora o Sporting vai jogar na casa do adversário, mas se é verdade que não leva vantagem, não é menos verdade que a questão dos golos fora é um trunfo. Mas vai ser preciso marcá-los e não inventar na defesa. Pode-se mesmo dizer que a única coisa que se aproveitou deste jogo foi o facto da equipa não ter sofrido golos.

Finalmente uma palavra para o árbitro. O jogo não teve casos muito complicados mas às vezes foi rasgadinho, pelo que o homem fartou-se de apitar, muitas vezes mal e então nos cartões vá-se lá entender aquele critério, sendo que os romenos bem se podem queixar da expulsão de Pintilli.

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