Gelson resolve

E pronto, o campeonato começou com o Sporting a ganhar por 2-0 na Vila das Aves num jogo típico de início de época, com as duas equipas ainda longe daquilo que se exige delas.

A surpresa reservada por Jorge Jesus para este jogo foi a coabitação entre Adrien Silva e Bruno Fernandes no onze inicial, o que me fez pensar que o treinador ia abandonar o seu 4x4x2, mas afinal Bruno Fernandes foi mais avançado do que médio, revelando alguma inadaptação ao lugar, com a agravante de Adrien Silva ter feito a pior exibição que eu tenho memória de ver neste jogador. Dizem que eles quando estão com a cabeça noutro lado rendem pouco, mas isso é uma coisa que me custa a perceber.

O que depreendi foi que Jorge Jesus quis inventar uma forma de meter os dois jogadores na equipa, mas não resultou pois na verdade o que aconteceu foi que se perdeu um bom médio e ficou-se jogar praticamente com menos um avançado.

Adrien Silva e Bruno Fernandes podem jogar juntos num meio-campo a três, com um homem mais atrás, dois alas e um ponta de lança, um esquema que pode resultar muito bem, principalmente contra equipas mais fortes. Agora se é para jogar com dois avançados, então não vale a pena inventar desculpas como aquela de ter guardado Daniel Podence para aproveitar o desgaste do Aves na 2ª parte.

Quanto ao jogo, o Sporting entrou a mandar mas sem grandes rasgos, com o Aves remetido à defesa, de tal forma que no primeiro quarto de hora nem saiu do seu meio-campo, mas curiosamente quando começou a querer sair foi logo surpreendido num contra-ataque.

1-0, parecia que o pior estava feito, mas o Sporting continuou naquele ritmo meio pasmado, enquanto o Aves tentou reagir e até ao intervalo houve equilíbrio, com os dois guarda-redes a terem algum trabalho. O jogo estava longe de estar ganho e nem sequer controlado estava.

Na 2ª parte o Sporting voltou a ter ascendente e quando os treinadores mexeram, a equipa melhorou muito, principalmente com a entrada de Rodrigo Battaglia que me está a surpreender pela positiva, enquanto Daniel Podence também deu mais dinâmica ao jogo, mas não tanto como Jorge Jesus quis fazer parecer, quando tentou explicar as suas opções iniciais.

O 2-0 esteve à vista, uma e duas vezes, ambas por Marcos Acuña, mas à terceira foi de vez, novamente por Gelson Martins, um jogador que está num patamar acima do que se joga no futebol português. O jogo acabou ali com o Sporting a somar os seus primeiros 3 pontos, com uma exibição segura mas ainda muito fosca.

Duas notas: uma pela positiva em relação a Marcos Acuña que fez pelo menos uma hora de grande qualidade, já não tenho dúvidas que é um bom reforço; outra para Cristiano Piccini, mas no sentido contrário: Venha de lá esse Ristovski.

Finalmente o VAR que desta vez teve folga, ou quase, pois houve ali um lance que podia ser discutível, quando Jérémy Mathieu deslizou com o braço aberto e tocou na bola. Na minha opinião foi uma boa decisão do árbitro, mas nesta coisa dos penaltis as opiniões vão continuar a dividir-se. Por falar em dúvidas, eu bem que gostava de perceber as razões para o VAR não ter anulado o primeiro golo da Supertaça. Mas isso é outra história.

PS - O Sporting foi cabeça de serie no sorteio do play-offs da Liga dos Campeões graças a um conjugação de factores completamente improvável e ainda por cima calhou-lhe em sorte um das três possibilidades mais acessíveis. Será que o bruxo se assustou e meteu férias?

PS2 - Afinal Jérémy Mathieu nem tocou com o braço na bola, mas 24 horas depois descobriu-se que houve uma bola que tocou na mão de Sebastián Coates. Nisto dos penaltis o VAR só pode interferir na certeza e o caso da Supertaça de Holanda foi um belo exemplo, mesmo que se tenham perdido mais de 2 minutos.





   

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