O que é que correu mal? 2) A defesa

Na época passada o Sporting foi a defesa menos batida do campeonato com 21 golos sofridos, isto apesar deste sector ter sido inteiramente reformulado em Janeiro, com a chegada de Sebastián Coates, o patrão que há muito faltava àquela equipa, mas também de Ezequiel SchelottoRúben Semedo e Marvin Zeegelaar.

Parecia estar encontrado um quarteto sólido, até porque a segunda linha era formada por jogadores experientes que ofereciam garantias, de tal forma que em matéria de aquisições a única alteração que se verificou no final da época, foi a saída de Naldo substituído por Douglas, uma espécie de troca de seis por meia dúzia, que pouco alterava no peso final deste sector.

No entanto nesta temporada o Sporting terminou o campeonato com 36 golos sofridos e parece-me claro que o ponto mais fraco da equipa foi a defesa. Ezequiel Schelotto levou muito tempo a readquirir a boa forma que o tinha notabilizado na época anterior, Rúben Semedo que tanto prometera teve uma temporada com mais baixos do que altos e chegou mesmo a perder o lugar para Paulo Oliveira, um jogador habitualmente muito certinho, mas que também teve os seus dias maus. O pior foi o lado esquerdo onde o treinador chegou a tentar adaptações como Bruno César ou Ricardo Esgaio, mas sempre sem resultados animadores.

E até Rui Patrício ajudou à festa e atravessou um período de evidente baixa de forma que custou alguns pontos à equipa, ele que habitualmente contribui precisamente no sentido oposto.

No fim Jorge Jesus lamentou esta inconsistência defensiva do Sporting, ele que tanto se gaba da solidez habitual das suas equipas neste capitulo do jogo. No entanto ficou por explicar o que aconteceu para que aquilo que parecia ser uma defesa de betão se ter transformado de repente numa defesa de papel.

Parece-me que a lesão de Adrien Silva e o menor rendimento de William Carvalho foram determinantes para esta quebra de produção e puseram a nu as insuficiências de alguns jogadores que se calhar foram sobrevalorizados. O resto derivou da falta de confiança que se apossou do grupo perante as contrariedades com que se foi deparando, e às quais não soube reagir.

Em consequência de tudo isto, a defesa está em obras e provavelmente vai ser o sector mais mexido da equipa, resta saber quantas contratações serão necessárias para se acertar o passo.






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