Não costumo perder tempo a ver jogos particulares,
mas depois de ter lido vários relatos sobre o que se passou no França-Espanha,
onde se ensaiou mais uma vez o video-árbitro, não poderia deixar de ver este
jogo, recorrendo às gravações automáticas que hoje nos são facultadas pelos
operadores televisivos.
A maior novidade para mim foi o facto de ao contrário do que
eu tinha lido por aí, os lances de fora de jogo também terem passado pelo crivo
do VAR e curiosamente foram dois lances destes que fizeram brilhar o video
árbitro.
No primeiro caso foi anulado um golo à França, marcado em
clara posição irregular que tinha escapado ao fiscal de linha. Enquanto
os franceses festejavam o golo, Felix Zwayer aguardava pela confirmação do VAR e quase 1 minuto depois anulou-o. Muito tempo, dirão alguns. Poderá melhorar, direi eu. Mas o que interessa é que se corrigiu um erro grave que teria tido influência no resultado deste jogo e feitas as contas dos festejos até ao recomeço da partida, até nem se teria perdido muito menos tempo.
Mas esta questão do tempo perdido também se resolve com uma paragem do cronómetro, nestas situações e noutras, como sejam as substituições ou as entradas das equipas médicas em campo. De uma forma ou de outra, tudo o que se perder em tempo de jogo, ganha-se na verdade desportiva.
Voltando ao jogo, o segundo caso foi ainda mais interessante, pois tratou-se de um golo erradamente anulado pelo fiscal de linha. A decisão de validá-lo demorou cerca de 40 segundos, mas se o fiscal de linha tivesse ficado quietinho o resultado teria sido o mesmo: golo para a Espanha. Apenas com a diferença de que os festejos espanhóis aconteceriam no tempo certo.
Será fundamental que dispondo do VAR, os fiscais de linha não interfiram, ou só interfiram mesmo em lances que não deixem dúvidas, para que se evite ao
máximo a anulação de jogadas limpas. Neste caso tratou-se de uma finalização em
cima da baliza, mas se fosse um lance mais atrás, em que por exemplo o jogador
ficasse isolado, uma decisão errada do fiscal de linha estragava tudo. De resto houve uma jogada dessas, que também serviu de exemplo para aquilo que os bandeirinhas devem passar a fazer. Deixar andar.
É claro que se os fiscais de linha passarem a deixar jogar
com mais frequência, o VAR vai de de agir muitas vezes. Em alguns casos pode-se dar a
lei da vantagem, noutros o jogo terá de parar e voltar atrás para que se marque a posição
irregular. O importante agora será experimentar mais vezes e encontrar o equilíbrio.
Nos penaltis vai ser mais complicado e nem vale a pena falar
naqueles puxões de camisola que tão falados foram esta semana. Isso só se descobre
no dia seguinte, e se puserem a lupa, não há canto, ou livre perto da área, onde
não haja uma irregularidade dessas.
Entretanto vamos ter video-árbitro a sério na Final da Taça
de Portugal e pelo que se vai dizendo, daqui por um ano o International Board
poderá dar o sinal verde ao VAR já para o Mundial da Rússia. Depois será a
generalização do sistema de apoio aos árbitros em todas as principais
competições do mundo e como a FPF está na linha da frente, quem sabe se no
campeonato de 2018/19 já poderemos dispor do video árbitro em pleno. Venha ele, e
depressa.
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