Adeus 2º lugar

O Sporting perdeu por 2-1 com o FC Porto e ficou afastado do 2º lugar que garante o acesso directo à Liga dos Campeões. Agora resta a Jorge Jesus a missão de reconstruir a equipa, lançando as bases para a próxima temporada sob diferentes premissas, sem esquecer que o 3º lugar passa a ser o objectivo mínimo obrigatório.

O jogo do Dragão ficou marcado por várias situações curiosas, que acabaram no seu somatório por ser determinantes para o resultado final, mas não deixa de ser estranho que uma equipa depois de 45 minutos de completa nulidade, se transforme como da noite para o dia e, seja capaz de encostar às cordas um rival moralizado por dois golos e a jogar em casa.

De facto a 1ª parte do Sporting foi de uma pobreza confrangedora, mas também há que dizer que a exibição do FC Porto esteve longe de ser brilhante, pois na verdade a equipa portista limitou-se a aproveitar dois erros primários dos jogadores leoninos, pelo que o 2-0 com que se chegou ao intervalo não era propriamente fruto de uma exibição empolgante dos portistas.

É verdade que a aposta de Nuno Espírito Santo em Soares, um jogador que trabalha que se farta, baralhou a defesa leonina, pois João Palhinha nunca atinou com a marcação ao brasileiro, ficando intimamente ligado aos dois golos, principalmente ao primeiro, no qual cometeu um erro de iniciado.

A ausência de William Carvalho foi pois um dos factores determinantes neste jogo, não só pelo equilíbrio defensivo que este jogador transmite à equipa, como também pela sua capacidade de sair com a bola, que poderia ter sido fundamental, até porque era suposto o Sporting ter vantagem numérica no seu meio campo, dada a opção táctica do treinador do Porto.

E aqui chegamos a outra ausência forçada que não foi menos importante, referimos-nos como é óbvio a Bruno César, que teria entrado como uma luva no vértice mais atacante daquele meio campo, num papel que está mais do que visto que não assenta em Bryan Ruiz, muito menos num jogo onde se exige um grande desdobramento entre as tarefas defensivas e ofensivas.

É claro que agora é fácil perguntar porque é que o Alan Ruiz não entrou logo de início, mas a verdade é que o argentino também não é propriamente um exemplo de abnegação, pelo que com algum esforço até compreendo a opção de Jorge Jesus, embora esta tenha falhado por completo, também porque Matheus Pereira é neste momento um jogador sem ritmo que nada acrescentou à equipa. Podemos pois concluir que restavam os miúdos que vieram do Moreirense.

A perder por 2-0 Jorge Jesus lançou Alan Ruiz e ganhou dois jogadores: o argentino que mexeu com a equipa e Bryan Ruiz que na esquerda rende muito mais. Mas será que jogando de início com esta linha tudo tinha corrido da mesma forma que correu na 2ª parte, com o FC Porto a sofrer muito e a segurar a vantagem apenas graças a uma espantosa exibição de Iker Casillas? Pois aí está a resposta quem ninguém tem para dar.

Nota ainda para a entrada descomplexada de Daniel Podence, a mostrar que tem lugar de caras, se não no onze, pelo menos no grupo dos que jogam frequentemente e acredito que Francisco Geraldes também vai ser muito útil à equipa.

Menos feliz foi João Palhinha, que andou um bocado atarantado, mas que dizer de Marvin Zeegelaar. Até Ricardo Esgaio conseguiu fazer muito melhor do que este holandês que não marca, comete muitas faltas e nem sequer faz a diferença a atacar.

No final o Sporting só se pode queixar das opções falhadas do seu treinador em contraponto com o tiro certeiro de Nuno com Soares e dos duplos erros individuais que estiveram na origem dos dois golos, porque de resto Casillas limitou-se a fazer o seu trabalho e do árbitro não há nada a dizer.

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