A guerra da comunicação

Numa recente entrevista Bruno de Carvalho afirmou que a comunicação é uma das componentes mais importantes do futebol, atribuindo-lhe mesmo um peso de 25% no desfecho dos campeonatos.

Por outro lado, na época passada foi mais ou menos consensual que algumas bocas de Jorge Jesus contribuíram decisivamente para unir os benfiquistas à volta de um treinador que já tinha os patins calçados.

Talvez por isso esta temporada o Sporting adoptou uma estratégia de comunicação um pouco diferente, com a contratação de Nuno Saraiva, que surge como o espadachim de Bruno de Carvalho que assim fica mais resguardado.

Independentemente de tudo isto o Sporting continua a bater forte e feio em tudo o que mexe, de uma forma que por vezes me parece excessiva, embora eu seja um daqueles que sempre defendeu que era fundamental pôr a boca no trombone para desmascarar as poucas vergonhas do futebol português, ao contrário do que aconteceu durante muitos anos em Alvalade, onde reinavam as boas práticas e os bons costumes, em oposição a clubes liderados por verdadeiros gangsters.

Com barulho ou sem barulho, o Sporting tem uma desvantagem enorme perante o Benfica, que sempre beneficiou das boas graças da imprensa, daí que em 1922 tenha sido criado o Boletim Sporting, hoje Jornal Sporting, para defender o Clube dos ataques e injustiças de que já nessa altura era alvo.

Já passaram quase 100 anos e a música continua a ser a mesma. O Benfica reina a seu bel prazer na comunicação, colocando um conjunto de atiradores furtivos nas televisões e nos jornais, numa verdadeira carreira de tiro organizada, mas os maus da fita são o Presidente do Sporting e agora o seu Director de Comunicação, ao ponto de Luís Filipe Vieira ter o desplante de apelar aos seus para falarem apenas do Benfica, passando assim a imagem de estar à margem de todas estas guerras, das quais é o mandante, uma prática na qual ele se especializou ao longo da sua vida.

O último episódio desta patética guerra foi despoletado por um tal de Ventura, que garantiu ter informações de que os rapazes da Juve Leo condicionavam as Assembleias Gerais do Sporting. A discussão que daí resultou até doeu de tão ridícula que foi e parece que vai acabar nos tribunais.

Toda a gente sabe que nas Assembleias Gerais dos clubes nem sempre reina a urbanidade e a racionalidade e que os excessos são frequentes, da mesma maneira que também se sabe que as claques não são um exemplo em termos de comportamento, seja nos estádios, seja fora deles, e que muitas vezes são utilizadas pelos dirigentes como uma espécie de guarda pretoriana, portanto o que o Ventura disse não foi nada de novo, pelo que a discussão volta disto não teria grande interesse se não fosse o caso do rapaz querer atingir um alvo determinado.

Na verdade o que ele queria era acusar o Presidente do Sporting de utilizar as calques como escudo protector nas Assembleias Gerais do Clube. No entanto a verdade é que Bruno de Carvalho apesar de já ter feito parte das claques, nem foi apoiado por elas quando concorreu à Presidência do Clube e nos dias de hoje tem uma base de apoio popular tão alargada, que não precisa delas para fazer esse tipo de trabalho, até porque nem há oposição conhecida no Sporting.

Ou seja vale tudo para atacar Bruno de Carvalho e os venturas desta vida não tem pejo em inventar factos que depois tentam comprovar com palha, como sejam mensagens anónimas retiradas de blogs, que até podem ter sido escritas por eles, ou com uma gravação audio onde algumas pessoas se manifestam contra uma proposta apresentada pela Direcção do Sporting numa AG da SAD, ou seja na prática estavam a manifestar-se contra Bruno de Carvalho, o que é precisamente o contrário do que eles queriam demonstrar.

Enfim, é preciso ter muita paciência para discutir com tolos.


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