É voz corrente que a principal razão para Vieira prescindir dos serviços de Jesus, foi a vontade de demonstrar que a propalada estrutura do Benfica tinha um papel muito mais importante nos sucessos do futebol benfiquista dos últimos anos, do que um simples treinador.
E se o que interessava era mostrar a relevância da estrutura, então esse objectivo foi inteiramente conseguido, pois a partir do momento em que os inevitáveis problemas resultantes da saída de um treinador de sucesso como foi Jesus, começaram a ter efeitos, foi montada uma rede protectora que impediu a queda no abismo que estava à vista, ao mesmo tempo que o peso da máquina de propaganda benfiquista se fazia sentir de uma forma muito evidente, com uma campanha de ataque desenfreado ao treinador do Sporting.
Este campeonato disputou-se muito mais fora do campo do que dentro dele, de tal forma que o Benfica com uma equipa claramente inferior a outras que recentemente teve, conseguiu bater o recorde de pontos da prova, superando inclusivamente a máquina trituradora que era o FC Porto de José Mourinho.
20 vitórias nos últimos 21 jogos, onde o Benfica apenas perdeu com o FC Porto na Luz, são um feito que não está ao alcance de uma equipa qualquer e que só foi possível graças a muitos apitos, bandeirinhas e cartões amigos, mas também há que reconhecer que a partir de determinada altura o grupo uniu-se e até passou por bons momentos, mesmo que a sorte o tenha protegido no jogo decisivo do campeonato.
O Benfica não foi brilhante e foi salvo várias vezes por terceiros quando estava encostado às cordas, mas depois endireitou-se e foi forte, mesmo que tenha sido sempre muito protegido pelas forças dos bastidores que continuam a dominar o futebol português.
A estrutura mostrou o seu peso e ganhou.
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