Porque é que o Sporting não foi Campeão. 2) Jorge Jesus

Fui desde a primeira hora um entusiasta da contratação de Jorge Jesus, um treinador que sempre admirei, ao ponto de ter chegado a defendê-lo de algumas criticas injustificadas da parte dos benfiquistas, quando ele treinava o nosso rival.

Quase um ano depois da sua contratação tenho de reconhecer os méritos do seu trabalho. Ele pôs a equipa a jogar futebol como há muito não se via e as suas opções técnico-tácticas praticamente não merecem reparos, embora na minha opinião a insistência em jogadores como Naldo e Teo Gutierrez possa ser discutível, mas percebo que ele prefira a experiência no centro da defesa e aceito que em relação ao colombiano não havia muitas alternativas.

De resto as exibições e os resultados deram-lhe razão. A equipa fartou-se de jogar e só foi eliminada da Liga dos Campeões e da Taça de Portugal por obra e graça das arbitragens, enquanto na Liga Europa e na Taça da Liga ficou demonstrado que o Sporting não tinha plantel para a rotatividade que se exige, mas mesmo assim compreendo que o treinador a tenha feito, porque a eliminatória com o Leverkusen calhou num período crucial do campeonato, enquanto a Taça da Liga só serve mesmo para isso.

No campeonato o que aconteceu foi uma verdadeira anormalidade e a verdade é que não foi o treinador que falhou golos de baliza aberta.

Na recente entrevista que deu à SIC, Jesus afirmou que a área da comunicação é hoje fundamental e que nesse capítulo o Benfica é muito forte. Só lhe faltou reconhecer que foi aí que ele falhou, e falhou quando se atirou sem dó nem piedade a Rui Vitória.

Compreendo que Jorge Jesus se tenha sentido maltratado pelo Benfica e que não tenha resistido a mandar umas farpas ao seu sucessor, mas exagerou um bocado, desprezando aquela máxima de que não se deve bater em quem está no chão.

A verdade é que Rui Vitória estava praticamente arrumado e Jorge Jesus muito contribuiu para que ele se levantasse, ao insistir em bater no ceguinho, ainda por cima tratando-se de alguém que encarna na perfeição o papel do coitadinho.

A partir de certa altura o bate boca de Jesus apenas serviu para que o plantel e os adeptos benfiquistas se unissem na defesa do seu treinador e esquecessem as dúvidas levantadas pela decisão da direcção em mudar treinador. Os primeiros tiros até surtiram efeito, mas depois entrou-se no exagero e o resultado foi o contrário do que era desejado.

É claro que não se pode dizer que isto tenha sido decisivo, mas ajudou e não havia necessidade.




Comentários

  1. tb é verdade que algumas das farpas dele a RV foram rasteiras dos jornalistas, em que a maior foi quando ele disse que RV não era treinador porque um jornalista lhe disse que RV tinha afirmado que ele era mau treinador, tanto que JJ perguntou duas ou três vezes ao jornalista (RTP) se RV tinha dito aquilo. Após confirmação da jiboia do jornalista é que ele atacou o RV. JJ caiu numa armadilha feita por esse jornalista e que eu ACHO que foi preparada pela estrutura dos lampiões.

    ResponderEliminar
  2. Os jornalistas estão sempre à procura de sangue e muitos deles estão ao serviço da máquina de propaganda vermelha, mas nada disso invalida que na minha opinião o JJ se tenha excedido nos ataques ao Vitória, o que acabou por ter um efeito contrário ao desejado. Foi um erro.

    ResponderEliminar

Enviar um comentário