Acertar na baliza

Bem podem os cronistas encartados da nossa praça e outros doutos comentadores destas coisas da bola, procurar explicações cientificas para a súbita descoberta do caminho para a baliza, por parte do Sporting de Jorge Jesus, que os resultados dessas divagações irão sempre parar à mesma conclusão, pois tudo se resume à eficácia, ou à falta dela, no momento do remate.

O Sporting de sábado não jogou melhor do que aquele que se apresentou em Guimarães, onde a equipa criou tantas ou mais oportunidades para marcar do que contra o Arouca, a única diferença foi que no Afonso Henriques a bola nunca entrou na baliza, às vezes por grande mérito do guardião vimaranense, outras por mera aselhice dos avançados leoninos, enquanto em Alvalade foi quase cada tiro cada melro.

Diga-se ainda que o Arouca jogou muito melhor do que o Vitória, que praticamente nem incomodou Rui Patrício, mesmo que o impagável Lito Vidigal tenha visto um jogo que mais ninguém viu, ou melhor, dois jogos, um que ficou empatado e outro em que o Arouca teve tantas oportunidades como o Sporting. Ainda devem ser efeitos daquele empurrão que o Naldo lhe deu.

Este Sporting com a marca de Jorge Jesus foi sempre dominador durante todo o campeonato e que eu me lembre só o Braga de Paulo Fonseca lhe fez frente a sério, havendo ainda a referir algumas primeiras partes apáticas, principalmente a contra o Tondela. De resto o Sporting foi sempre muito superior aos seus adversários, embora poucas vezes tenha conseguido transformar essa superioridade em vitórias tranquilas como a de sábado, marcando cedo para poder descansar depois.

Na ante-visão ao jogo, Jorge Jesus afirmou que a sua equipa estava cheia de saúde, e de facto foi isso que vimos anteontem, com vários jogadores a mostrarem uma excelente forma, de tal maneira que até deu para Teo Gutierrez marcar dois golos e para Bryan Ruiz espantar os seus fantasmas, enquanto Bruno César brilhava como lateral esquerdo, só faltou Hernán Barcos molhar a sopa.

Confiança é pois a palavra chave para os jogos que se seguem. A jogar assim é só continuarem a acertar na baliza, que a vaca não há-de durar sempre.

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