No momento certo

Depois do empate com o Tondela e da derrota em Portimão, a deslocação do Sporting à Mata Real assumia um carácter de grande importância, até porque a tenda já estava toda armada para festejar a subida do Benfica ao 1ª lugar e principalmente para plantar a desconfiança nos Sportinguistas, já de si muito susceptíveis a estas depressões, resultantes de um ou outro mau resultado, que rapidamente nos levam da euforia ao desespero.

Ainda por cima o Benfica ganhou ao Arouca e portanto o Sporting estava obrigado a dar uma resposta afirmativa à sua condição de líder do Campeonato e de candidato ao título, sob pena de todo o edifício tremer, daí que esta vitória com uma exibição categórica perante o Paços Ferreira, tenha sido recebida com grande alívio por parte dos Sportinguistas.

Nesta situação Jorge Jesus obviamente não brincou em serviço e apresentou aquele que é neste momento o seu onze base, que não deu grandes hipóteses aos castores, mas depois de Bryan Ruiz ter estado duas vezes perto de marcar e de Marafona e de o ter feito uma bela defesa a um remate de Adrien Silva, que voltou a ser o verdadeiro motor da equipa, já eu pensava quão importante seria para o Sporting marcar antes do intervalo, de forma a evitar que o Paços fosse ganhando confiança e acabasse por se acantonar à frente da sua baliza.

O primeiro golo marcado por Bruno César, foi pois mel na sopa verde branca, com Islam Slimani a mostrar dotes que lhe desconhecia, e chegou no momento certo, tal com o 2-0, que que até poderia ter acontecido antes do intervalo, quando João Mário atirou à barra, mas que apareceu numa altura em que eu já ansiava que tal acontecesse antes das substituições, que eram a única possibilidade de mexer num jogo que estava completamente controlado pelo Sporting, de tal forma que o Paços de Ferreira ainda nem tinha rematado à baliza.

Com 2-0 o jogo parecia acabado. O Sporting tirou um pouco o pé do acelerador, enquanto o Paços tentava reagir, mas sem criar perigo, até que surgiu um golo do nada. Mas ontem era dia do Sporting marcar nos momentos certos, e nada melhor do que um golo para responder a outro, pelo que as esperanças do pagode só duraram um minuto, graças à imparável sociedade entre João Mário e Islam Slimani.

Nota máxima para a equipa e para o seu treinador, um homem que sabe do que fala e fala do que sabe, mas agora não voltem a estragar a pintura com uma equipa como a Académica.

O Sporting é hoje uma equipa consolidada em quase todos os momentos do jogo. Falta-lhe um grande central para liderar aquela defesa que ainda tem algumas falhas de posicionamento, e o banco não é muito abundante em qualidade, mas o treinador sabe disso e tem gerido o plantel de acordo com as suas convicções e falado como gente grande, para dentro e para fora.

Do meio campo para a frente há muito talento e depois Islam Slimani está feito num ponta de lança e pêras, daí a campanha que desesperadamente está montada para o arrumar. Quem não se lembra daquela manobra que afastou o Hulk no célebre caso do túnel.

Agora cada jogo é mais importante que o anterior, mas não me conformo com os 7 pontos perdidos com as piores equipas deste campeonato, que já podia estar quase ganho.

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