De volta ao merecido 1º lugar

Duas semanas depois de ter pedido a liderança do Campeonato na Madeira, o Sporting recuperou o 1º lugar da classificação, no muito aguardado confronto directo com o FC Porto, que teve o Estádio José Alvalade com lotação esgotada .

Alberto Aquilani ou  Fredy Montero, era aparentemente a grande dúvida no onze que previsivelmente Jorge Jesus iria escolher para este jogo, que não sendo decisivo era muito importante, mas o treinador leonino surpreendeu e lançou o menino Matheus Pereira, derivando Bryan Ruiz para uma posição mais central.

Esta opção acabou por ser compreensível, pois o Sporting precisava de ganhar, pelo que jogar com o italiano significava ter menos gente perto da área adversária, mas por outro lado o colombiano tem sido quase sempre menos um jogador em campo, e atendendo à boa resposta dada pelo costa riquenho nas poucas vezes que jogou mais pelo meio, a decisão de Jorge Jesus fez todo o sentido e mais importante do que isso é que resultou muito bem.

Outra pequena surpresa foi a opção por Naldo em vez de Ewerton, e aí mais uma vez o treinador acertou em cheio, pois o nº 44 foi o melhor da defesa, com uma exibição praticamente irrepreensível, merecendo inteiramente os elogios de quem como eu, não é propriamente um grande apreciador deste central brasileiro.

Os primeiros minutos do jogo foram disputados com as duas equipas a pressionarem alto, de tal forma que ás vezes até parecia que estavam 40 jogadores em campo, tal era a falta de espaço para se jogar e de tempo para se pensar.

Estava eu a praguejar perante a falta de aproveitamento dos cantos, num jogo que me parecia ter tudo para ser resolvido numa bola parada, quando um livre lateral proporcionou a Islam Slimani o primeiro golo da noite, uma vantagem muito importante num duelo tão equilibrado como estava a ser este jogo.

O FC Porto teve uma pequena reacção, apostando numa linha da frente mais aberta a tentar explorar a dificuldades dos laterais do Sporting, e nessa altura foi Rui Patrício quem segurou a preciosa vantagem, com uma excelente defesa, na única grande oportunidade que os portistas tiveram, garantindo assim que o Sporting chegasse ao intervalo a ganhar, um factor da maior importância para o que se seguiu.

Na 2ª parte houve, como era previsível, muito mais espaço. Em primeiro lugar porque o FC Porto teve de arriscar e depois porque a frescura física já era menor. Assim e apesar dos portistas terem tido mais bola e até um pequeno período em que conseguiram empurrar o Sporting lá para trás, a verdade é que o 2-0 esteve sempre mais próximo do que o empate.

Quando Jorge Jesus lançou Gelson Martins, a situação ainda se complicou mais para o FC Porto, no entanto a bola parecia que não queria entrar e perante tanto desperdício, cheguei a temer a velha máxima do "quem não mata morre", mas finalmente lá chegou o segundo golo pelo incansável Islam Slimani, que deu mais verdade ao resultado.

Estava consumado o regresso do Sporting à liderança, e com inteira justiça, pois foi evidente que nesta altura Jorge Jesus já tem uma equipa a carburar em pleno, assente numa espinha dorsal que ontem teve um guarda redes de grande, um Naldo quase imperial, um Capitão que enche o campo e que é na minha opinião, o jogador mais importante desta equipa e, um avançado que marca e faz mossa durante todo o jogo. Depois, João Mário e Bryan Ruiz dão aquele toque de classe quando é preciso, o que para este Porto foi mais do que suficiente.

O Sporting voltou a ser líder mas o campeonato ainda é longo e de nada valerá ganhar ao FC Porto, se depois não se ganharem os jogos seguintes, e para já temos Setúbal e Braga como adversários muito complicados, mas não nos devemos esquecer que 5 dos 7 pontos que o Sporting perdeu até agora, foram com duas das piores equipas da competição.

Por outro lado, há que não esquecer desse "pormaior" que são as arbitragens. Sábado, Hugo Miguel safou-se sem grandes polémicas, mas houve alguma dualidade de critérios, principalmente no capitulo disciplinar. Os cartões a Gelson Martins e a Islam Slimani, são de bradar aos céus, pois em ambos os casos a responsabilidade foi dos jogadores portistas. Primeiro de Maxi Pereira, que consegue merecer a expulsão em quase todos os jogos e passar sempre impune, sendo que desta vez a pequena provocação ao jovem extremo do Sporting, nem merecia mais do que uma chamada de atenção. Depois Casillas acertou intencionalmente no argelino, que até estava de costas e, ainda por cima o espanhol nem disfarçou tal a pressa com que chutou logo que viu o avançado do Sporting passar-lhe à frente, numa altura em que a bola nem estava parada.

No final Jorge Jesus voltou a ter nota máxima na conferência de imprensa, colocando uns convenientes paninhos quentes nas feridas de Lopetegui, ao mesmo tempo que chamava a atenção para a falta de isenção dos jornaleiros, que não usam os mesmos pesos e medidas em relação ao treinador do Benfica, para o qual há sempre uma conveniente e doce atenuante.

Não foi preciso muito tempo para o nosso treinador perceber as diferenças que há em trabalhar em Alvalade e do outro lado, com um manto protector. No campo e fora dele, JJ marca pontos e faz toda a diferença.







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