Não vou ao Jamor

Sem Teo Gutierrez, que se terá ressentido da lesão que o afecta, Jorge Jesus optou por premiar a boa exibição de Alberto Aquilani na jornada passada, mudando o seu esquema de jogo para um 4x3x3, que lhe daria uma maior consistência no meio campo, num jogo onde se adivinhavam dificuldades, perante um Sp. Braga que tem uma boa equipa e que seguramente também iria jogar para ganhar.

De facto o Braga entrou forte e a pressionar alto, como que a imitar o Besiktas da passada 5ª feira, enquanto o Sporting tentava pôr gelo no jogo, até que surgiu o primeiro golo que caia com ginjas na estratégia do treinador leonino.

A ganhar por 1-0 desde cedo, o Sporting fiou-se na boa organização defensiva que tem mostrado nos últimos jogos e com um meio campo de qualidade e muito experiente, o jogo parecia controlado, até que o Braga conseguiu empatar num contra ataque, uma situação impensável e que foi um dos momentos decisivos deste jogo, num lance onde o árbitro poderia ter marcado falta sobre William Carvalho.

Tudo teria sido diferente se o Sporting tivesse conseguido chegar ao intervalo em vantagem, mas com 1-1 o jogo ficou completamente aberto com ambas as equipas apostadas em ganhar e foi o Braga que desta vez teve a sorte de chegar à vantagem, com um pontapé muito feliz de Alan, um jogador que continua a encher-me as medidas.

 Jorge Jesus  já se preparava para fazer a substituição da ordem, quando Islam Slimani fez o empate, uma situação que não alterou as intensões do treinador do Sporting, que lançou Gelson Martins no lugar de João Mário. Esta opção talvez não tenha sido muito feliz, pois dificilmente Alberto Aquilani teria andamento para o jogo todo, que ainda por cima até poderia chegar ao prolongamento, mas quando William Carvalho fez o 2-3, tudo parecia estar bem encaminhado, faltavam 25 minutos e  Jorge Jesus ainda tinha duas substituições para fazer, numa equipa que tem mostrado muita solidez.

O treinador preparava-se para lançar Matheus Pereira, quando o Braga voltou a empatar, desta vez com muito mérito de toda a jogada urdida por Alain e Rafa, outro belo jogador.

O prolongamento foi um desfecho justo, pois na verdade nenhuma das equipas merecia estar a perder, num belo jogo de futebol, repleto de bons golos, grandes executantes e muita emoção, mas desta vez o empate não podia ser o resultado final, só foi pena que a arbitragem tivesse um papel determinante no desfecho da eliminatória.

O golo anulado a Islam Slimani foi um erro decisivo, mas eu reconheço que se trata de um daqueles lances em que é humanamente impossível aos fiscais de linha tomarem uma decisão em consciência, mas é também um daqueles exemplos que demonstram quão fácil seria acabar com estes atropelos à verdade desportiva, com a introdução do video-árbitro.

O pior veio a seguir com o golo do Braga, depois de Jorge Jesus ter lançado Naldo, com a justificação de que que o brasileiro poderia ser útil para travar as movimentações de Rui Fonte, mas curiosamente foi mesmo este avançado que resolveu o jogo, num lance onde Naldo pura e simplesmente não estava lá.

Faltavam 10 minutos mas o jogo acabou aí, porque aqui sim o Sporting tem razões de queixa do árbitro, que foi o principal culpado de não mais se ter jogado, não só por se ter mostrado complacente com o natural queimar de tempo protagonizado pelos jogadores do Braga, mas principalmente por ter colaborado com essa estratégia, tudo fazendo para interromper o jogo e armar confusões, para depois dar apenas 2 minutos de compensação, quando só uma das assistências ao guarda redes bracarense, demorou mais do que isso.

E pronto, já não vou ao Jamor, mas agora o que interessa é ganhar na Madeira, esperemos que a equipa não acuse o desgaste deste jogo, que foi muito exigente.

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