Chamam-lhe "estrelinha"

Muita paciência, uma elevada percentagem de posse de bola com boa circulação da mesma, domínio territorial intenso, algumas dificuldades para entrar na teia defensiva do adversário, daí as poucas oportunidades de golo criadas, confiança nos meninos da Academia para agitarem o jogo, uma crescente segurança defensiva, e mais um golo marcado em cima da hora, a premiar a perseverança da equipa que nunca deixou de acreditar e que assim conquistou mais uma justa e suada vitória.

Este tem sido o retrato de quase todos os jogos do Sporting de Jorge Jesus, que vai ganhando com algumas dificuldades é certo, mas que tem mostrado evolução, principalmente no capitulo defensivo, onde me parece que a entrada de Ewerton trouxe mais segurança à equipa, mas também na circulação de bola, que parece cada vez mais aprimorada. Tem faltado apenas acertar mais vezes na baliza, e acima de tudo marcar mais cedo para obrigar as equipas super defensivas e desmontarem o acampamento à frente da baliza.

Ontem foi mais uma vez assim. Adrien Silva e Bryan Ruiz na 1ª parte, Fredy Montero e Matheus Pereira no 2º tempo, estiveram perto do golo, mas foi preciso um penalti cometido desnecessariamente por Tonel, para desbloquear a situação que estava muito complicada, perante um Belenenses que não fez um remate digno desse nome à baliza de Rui Patrício, tendo em Luís Leal o único que se atreveu a pelo menos tentar fazer alguma coisa, graças à sua velocidade.

Aqui mais uma vez tenho de insistir na questão dos zero pontos para os empates sem golos, como a única forma de acabar com este tipo de jogo negativo, em que a maior parte das equipas portuguesas se especializou. Infelizmente não vejo absolutamente ninguém a falar nisto, mas parece-me uma boa solução em nome do espectáculo.

Neste jogo em termos individuais gostei das respostas dadas por Fredy Montero, que desta vez mexeu-se bem e por Matheus Pereira, que agitou o jogo muito mais do que um Gelson Martins em dia de pouca inspiração. William Carvalho esteve muito complicativo, enquanto João Mário e principalmente Bryan Ruiz também estiveram um pouco abaixo do que deles se espera. Com Teo Gutierrez lesionado fica à vista a falta que faz mais um avançado, pois Junya Tanaka não é jogador para este nível de exigências.

Teste superado à justa, dizem que graças à "estrelinha", Jesus diz que é trabalho. Eu acho que são as duas coisas mais muita crença, e vamos lá ganhar ao Caldeirão.