A rotatividade e a prioridade


Ganhar o campeonato é a prioridade, mas o Besiktas e o Sp. Braga são muito superiores ao Moreirense, que visitava Alvalade num jogo encravado no meio de dois confrontos decisivos para a continuidade do Sporting na Liga Europa e na Taça de Portugal, pelo que se compreende a opção de Jorge Jesus por aplicar a rotatividade no jogo aparentemente mais fácil.

Foi um risco calculado e correu bem, embora tenha sido notório o menor entrosamento da equipa, que esteve longe da boa circulação de bola evidenciada nos jogos anteriores, o que é perfeitamente normal, atendendo a que foram feitas seis alterações em relação ao onze que três dias antes tinha derrotado o Besiktas.

Mesmo assim, dois dos que entraram até podem ser considerados titulares, enquanto Gelson Martins é o 12º jogador desta equipa, pelo que na realidade foram apenas três as alterações significativas, ou quatro se considerarmos que Naldo perdeu o lugar e que Paulo Oliveira é titular indiscutível.

Dos que entraram Alberto Aquilani e Ricardo Esgaio estiveram muito bem, ao contrário de Jonathan Silva, que terá feito a pior exibição que lhe vi desde que chegou ao Sporting, uma coisa tão fraca que chegou meter nervos.

Com o Moreirense a jogar na linha habitual do futebolzinho português, com 10 jogadores plantados à frente da sua baliza e a fazer cera na reposição das bolas em jogo, desde o primeiro minuto, o Sporting, dominava mas não encontrava os melhores caminhos para a baliza adversária, até que golo surgiu na sequência de um livre, onde Ricardo Esgaio fez um bloqueio ilegal, que vai dar muito que falar.

Durante seis anos a fio vimos estes bloqueios no Benfica e praticamente não se falou nisso. Que eu me lembre apenas o Vítor Pereira apontou o dedo a essas ilegalidades, mas não lhe ligaram nenhuma. No entanto agora a conversa vai ser diferente e a brincadeira acabou ontem. De resto isto nem é uma novidade, pois o Maxi Pereira levou anos a fazer lançamentos de uma forma ilegal, sem que ninguém se preocupasse com isso, mas bastou que o João Pereira o imitasse, para que o alerta fosse lançado.

Voltando ao jogo, um golo bastou para desmontar a estratégia do Moreirente, e com 2-0 ao intervalo, percebeu-se que o perigo estava na natural tendência para os jogares do Sporting tirarem o pé, pelo que o 3-0 era fundamental para matar o jogo.

Chegou cedo o terceiro golo, com um penalti indiscutível, que Islam Slimani fabricou e transformou à segunda, depois de uma estranha disputa pela bola que todos reclamavam como sua, obrigando Jorge Jesus a tomar uma decisão de risco, que correu bem é certo, mas foi por pouco.

O jogo deveria ter acabado aqui, e treinador podia continuar a fazer tranquilamente a sua gestão de esforço do plantel, mas como o próprio referiu, as substituições não correram bem e a equipa desligou completamente. Depois Naldo resolveu entrar em acção, cometendo um penalti completamente estúpido, que o árbitro conseguiu ver.

Rui Patrício foi impotente para deter o petardo com que Rafael Martins concretizou o penalti, mas depois segurou a vantagem com uma grande defesa a negar o 3-2, numa altura em que o resto da equipa já ia a caminho de Braga.

Enfim, valeram os 3 pontos da ordem, depois da excelente vitória sobre o Besiktas e,  Jorge Jesus bem pode continuar a gabar-se da sua gestão do plantel. Agora só falta mesmo ganhar em Braga.

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