Um, dois três

Depois de duas derrotas com o Sporting, o Benfica e principalmente Rui Vitória, foram a Alvalade debaixo de muita pressão e treinador encarnado optou apresentar um modelo de jogo mais conservador, posicionando a equipa mais atrás e apostando no contra ataque para tentar surpreender os Leões, um pouco à maneira dos clubes pequenos quando defrontam os grandes.

Diga-se que o Benfica até começou por ter a sorte do jogo a seu favor, quando logo no inicio Islam Slimani atirou ao poste, para pouco depois Mitroglou inaugurar o marcador com um remate feliz que acertou no buraco entre as pernas de Rui Patrício, isto na sequência de uma assistência resultante de uma recepção mal orientada de Pizzi, naquele que de resto foi o único remate à baliza do Sporting, na 1ª parte.

Tudo corria de feição à estratégia montada por Rui Vitória e muitas vezes jogava-se apenas nos 40 metros à volta da linha do meio campo, onde se aglomeravam os 20 jogadores, resultando daí muita confusão e pouco futebol, com o Sporting a ter algumas dificuldades em desenvencilhar-se da teia benfiquista, o que só começou a acontecer quando Jorge Jesus aproveitou as interrupções do jogo para corrigir posições.

Mas em cima do intervalo a sorte mudou, quando Júlio César resolveu sair da baliza extemporaneamente e Islam Slimani conseguiu encontrar o norte a tempo de meter a bola no barulho, para depois Adrien Silva imitar o avançado grego do Benfica e enfiar a bola no buraco da agulha com alguma felicidade.

Este golo não poderia ter vindo em pior altura para o Benfica, que logo ali não só perdeu a preciosa vantagem que tinha, como levou um valente choque anímico, que em relação ao Sporting funcionou no sentido oposto.

Jorge Jesus aproveitou o intervalo para corrigir o posicionamento da equipa, retirando o inexistente Fredy Montero, que teima em não perceber que não basta ter alguma habilidade, é também preciso lutar e correr muito, para ter lugar nesta equipa.

Com a entrada de Gelson Martins que deu cabo da cabeça de Eliseu e a colocação de João Mário numa posição mais central, o Sporting empurrou o Benfica lá para trás e os primeiros 20/25 minutos da 2ª parte foram de domínio total dos Leões, até que Rui Vitória equilibrou o seu meio campo com a entrada de mais um médio defensivo, numa altura em que o Benfica já só pensava no prolongamento, limitando-se a tentar visar a baliza adversária com remates de longe.

Depois de um pequeno período de equilíbrio, o Sporting voltou a cair em cima do Benfica e nos últimos instantes do jogo Islam Slimani podia e devia ter resolvido a eliminatória, mas Júlio César redimiu-se do disparate da 1ª parte e segurou o empate que sabia a muito pouco para os Leões.

Na 1ª parte do prolongamento as equipas pareciam estar esgotadas, e com Jorge Jesus impossibilitado de refrescar a linha avançada, pois fora forçado a substituir dois homens da defesa, os penaltis pareciam inevitáveis, mas mais uma vez os Leões mostraram ser os únicos a querer vencer e sob a batuta de um gigantesco Adrien Silva, atiraram-se no último assalto à baliza adversária e foram presenteados com o justo prémio para este esforço final, num prolongamento que nem deveria ter acontecido, pois o Sporting fora claramente superior em todos os itens do jogo, perante um Benfica que jogou sempre à pequenino, reconhecendo a sua inferioridade.

O golo de  Islam Slimani apenas deu justiça à eliminatória e a reacção descontrolada dos benfiquistas é reveladora da impotência de uma equipa sem chama, que nos últimos instantes tentou desesperadamente recorrer ao pontapé para o barulho e que na hora da derrota não soube aceitar a superioridade do rival com desportivismo, o que de resto já tinha sido notório durante o jogo, principalmente nas atitudes de um Eliseu completamente descontrolado.

No final repetiram-se mais algumas cenas tristes, protagonizadas por Jardel e Eliseu e nas declarações tipo cassete do miúdo que mandaram falar e até do treinador a quem estalou o verniz, e que depois de três derrotas sem espinhas, não conseguiu encontrar outra forma para se justificar, que não fosse atacar uma arbitragem que na minha opinião esteve muito bem nos lances mais discutidos não marcando penaltis de tv, embora o amarelo a Islam Slimani  tenha sido ridículo.

De resto houve alguma permissividade para o jogo muito agressivo quase violento dos jogadores do Benfica, com Eliseu à cabeça e na parte final o campo inclinou com algumas faltas inventadas, mas pronto a pressão era muita.

Termino fazendo meus os gestos do nosso Presidente: um, dois, três

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