Quando o feitiço se vira contra o feiticeiro

Depois da dolorosa derrota na Albânia, o Sporting entrou em Arouca pressionado pelas vitórias dos seus rivais nesta jornada, e assim duplamente obrigado a ganhar, de forma a manter a vantagem pontual na classificação do Campeonato e a evitar que fosse posta em causa a gestão do plantel, que Jorge Jesus tem levado à risca, de uma forma talvez até excessiva.

O jogo foi como se esperava muito difícil, com o Arouca muito bem organizado defensivamente, apostando em sair rápido para o contra ataque, sempre que possível, enquanto o Sporting jogava de uma forma muito lenta e não conseguia encontrar soluções para entrar na defesa contrária.

Durante 40 minutos nada aconteceu e percebeu-se que o jogo poderia ser decidido nos pormenores, até que nos últimos 5 minutos da 1ª parte o Sporting esteve finalmente perto de marcar, com Teo Gutierrez a acertar nas orelhas da bola e Paulo Oliveira e Adrien Silva a falharem por pouco, remates de cabeça em posições muito vantajosas.

Na 2ª parte tudo foi diferente, o Arouca começou a defender cada vez mais atrás, embora curiosamente tenha sido nessa fase que tiveram a sua única oportunidade de golo, na sequência de um lançamento de linha lateral, que deixou  Jorge Jesus justificadamente furioso.

Depois de meia hora de intenso domínio, com o Arouca a resistir como podia e com Jorge Jesus  a tentar agitar o jogo com as entradas de Fredy Montero e Gelson Martins, a equipa da casa começou finalmente a conseguir aliviar a pressão, perante um Sporting que tinha em Islam Slimani, a imagem de uma total desinspiração.

O jogo aproximava-se do fim e o empate parecia inevitável, numa altura em que o Arouca já se socorria cada vez mais do tradicional anti-jogo destas equipas, que teve o seu ponto alto na confusão armada pelo seu treinador, que até já entrava no campo para retardar a reposição da bola e assim conseguiu expulsar Naldo, que foi na conversa e empurrou Lito Vidigal.

O técnico do Arouca também foi expulso, mas saiu do campo visivelmente satisfeito e até a festejar, pois estava convencido que tinha conseguido os seus objectivos, parar o jogo, quebrado o ritmo e ainda por cima pôr o Sporting com menos um jogador, mas às vezes o direito escreve-se por linhas tortas e a verdade é que toda a confusão armada por Vidigal, acabou por desconcentrar a sua equipa e mesmo com 10 o Sporting chegou ao golo da vitória, um triunfo dificil que acaba por ser um justo castigo para quem acha que vale tudo para ganhar, nem que seja um pontinho.

O mais engraçado é que no fim do jogo o professor pateta teve o descaramento de dizer que nem sempre quem semeia ventos colhe tempestades e nos microfones do estádio ouviu-se uma frase que se aplica plenamente às atitudes da equipa da casa, enquanto o treinador do Arouca já sem aquele sorriso malandro nos lábios, resolveu queixar-se de uma arbitragem que foi caseira quanto baste, situações que só podem resultar da grande azia que esta derrota provocou, a quem já estava a contar com o ovo no dito cujo.

Para finalizar gostava muito que me explicassem porque é que o Arouca jogou em Aveiro com o Benfica e recebeu o Sporting naquele quintal. Pois é como dizia o homem dos microfones, vale tudo para ganhar.

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