Já recuperei

Depois da triste figura feita na Albânia, poucos seriam os sportinguistas que ainda acreditavam na passagem à fase seguinte da Liga Europa, que só seria possível com uma vitória em Moscovo, isto numa altura em que Jorge Jesus já tinha praticamente atirado a toalha ao chão e de resto até parecia aliviado com a folga no calendário para 2016.

Mesmo assim o treinador do Sporting foi um pouco mais contido na sua gestão do plantel e desta vez perante um rival mais forte, manteve pelo menos meia equipa dos titulares e diga-se que a resposta dada foi excelente, principalmente na 1ª parte, onde o Sporting talvez tenha realizado a melhor exibição da temporada, com um futebol autoritário e muito seguro na posse de bola, sem esquecer a necessária objectividade da hora de visar a baliza.

De facto o Sporting entrou mandão e nem um golo caído do céu aos trambolhões valeu aos russos, que entraram fiados em todas as vantagens que tinham à partida e que pareciam consolidadas com esse golo logo aos 5 minutos de jogo.

Apesar disso o Sporting manteve o seu plano, mostrando ser uma equipa sólida e confiante, e foi com justiça e naturalidade que chegou ao empate. Nessa altura percebi que seria importante chegar à vantagem antes do intervalo, pois dificilmente teríamos o mesmo Lokomotiv na 2ª parte.

Estava eu sonhar com um golo, quando o Sporting marcou dois, ganhando uma vantagem importante num jogo em que só a vitória interessava, mas a esperada reacção dos russos surgiu logo no reinicio da partida.

Nessa fase foi a vez do Sporting se mostrar atarantado com a subida de ritmo no jogo e o 2-3 só não surgiu por sorte, pois os Leões pareciam não perceber que era necessário correr tanto como os moscovitas e que naquela altura não seria possível adormecer o jogo, era antes necessário lutar muito para evitar um golo, que traria o Lokomotiv de volta ao jogo.

Numa altura em que a substituição de Matheus Pereira já tardava, o jovem brasileiro voltou a mostrar o seu faro pelo golo e matou o jogo no momento certo. É assim o futebol, quem arrumou a questão foi precisamente o rapaz que já nem devia estar em campo, dada a sua fraca produtividade e a evidente necessidade que a equipa tinha de algum nervo no meio campo.

Com 4-1 e meia hora para jogar, o fogo do russos foi-se apagando e o Sporting caminhou sem grandes sobressaltos para uma vitória inesperadamente tranquila, mas obtida com momentos de algum brilhantismo, que nem a infelicidade no 1ª golo travou, sendo depois compensada por alguma sorte no inicio da 2ª parte, no entanto foi uma vitória foi inteiramente justa.

Quem parece não ter gostado muito foi Jorge Jesus, que já não estaria a contar com um jogo decisivo com o Besiktas, isto já para não falar das eliminatórias que podem aí vir e esperemos que venham, pois esses são os problemas bons que os treinadores têm de resolver.

Ainda em relação a este jogo, não posso deixar de referir a boa resposta dada desta vez por Fredy Montero e a classe mostrada por Bryan Ruiz, mas na minha opinião a figura foi Gelson Martins, que está a crescer a olhos vistos, de tal forma que já ninguém se lembra de um tal de Carrillo.

Comentários