Deste tamanhinho

O Sporting ganhou por 3-0 no Estádio da Luz, um resultado pouco habitual nas sempre complicadas deslocações do Leão ao reduto da águia, ainda por cima depois de quase duas semanas de intensas polémicas, nas quais o simpático Rui Vitória teve a triste ideia de se meter, quando afirmou que iam estar em confronto uma equipa, a dele, contra onze jogadores que não sabia se seriam ou não, também uma equipa.

Estas infelizes declarações de um homem que sempre passou a imagem do politicamente correcto, rebentaram-lhe na boca, e as explicações que foi forçado a dar no final do jogo, cabem inteiramente naquela história da emenda ainda pior do que o soneto. Vitória quis vestir um fato que não era o dele e ficou muito mal na fotografia, acabando o dia com três secos no buxo e a dar desculpas esfarrapadas, abrindo o flanco para que Jorge Jesus o reduzisse a um "tamanhinho" bem pequeno, embora o treinador do Sporting bem tenha tentado resistir à tentação de bater no ceguinho.

Numa coisa Vitória teve razão, pois de facto apenas houve uma equipa em campo, mas essa foi a do Sporting, que nem precisou de fazer uma grande exibição, para chegar com inesperadas facilidades a uma vitória tranquila, como há muito não havia memória nestes "derbys".

Jorge Jesus apostou como se esperava na experiência, numa altura em que o seu onze base já está encontrado, enquanto o treinador do Benfica ainda anda à procura da melhor forma de apagar as marcas deixadas pela herança de seis anos de sucesso do seu antecessor, sem estragar tudo e com a obrigação de lançar uns miúdos.

Assim durou apenas 8 minutos a tentativa de entrar a matar, por parte de um Benfica que precisava de ganhar, mas também não podia perder, uma pressão demasiadamente pesada, que se tornou insuportável quando Teo Gutierrez, com alguma felicidade é verdade, marcou o primeiro da tarde.

O Benfica sentiu muito esse golo e logo aí se percebeu que a tal equipa de que o seu treinador falara, não existia, uma situação que se agravou à medida que o Sporting ia marcando com relativa facilidade, perante o descontrolo, até de jogadores tão experientes como Luisão e Júlio César.

Com 3-0 ao intervalo, esperava-se uma reação do Benfica na 2ª parte, mas Rui Vitória apenas tentou dar mais músculo ao meio campo, onde o Sporting tinha mandado totalmente, com Adrien SilvaJoão Mário e Bryan Ruiz a mostrarem classe perante a vulgaridade dos seus adversários.

Assim foi Jefferson quem falhou o 4-0 de baliza aberta e se mais vezes o Sporting não entrou na área adversária, foi porque não era preciso e a equipa optou claramente por privilegiar a posse de bola, jogando pelo seguro, em vez de arriscar na procura de mais golos, o que de resto foi visível pelas substituições guardadas quase até ao fim, num jogo que estava mesmo a pedir a velocidade de um Gelson Martins.

A mediania do jogo do Benfica foi tal, que a única oportunidade de golo que conseguiram, aconteceu graças a uma brincadeira de Naldo, que até esteve muito bem, como de resto toda a defesa, mas que na ocasião obrigou Rui Patrício a sujar a camisola.

O retrato do jogo aconteceu à beira do fim, quando Luisão e Júlio César quase fabricaram o 4º golo do Sporting, numa jogada caricata, em que nem sequer foi preciso pressioná-los para os levar a tamanha desorientação que reflecte bem aquilo que foi a "equipa" do Benfica.

Em relação à arbitragem, devo dizer que na minha opinião o Xistra nem é dos piores, embora seja fraquinho, como de resto se viu no seu critério disciplinar errático, mostrando cartões ridículos, para depois fechar os olhos a agressões, mas pronto, pelo menos parece que desta vez o Vítor Pereira não lhe telefonou e vai daí que na btv se tenham fartado de reclamar. Quanto à jogada mais polémica, ninguém poderá negar que Bryan Ruiz puxou pela camisola de Luisão, no entanto a verdade é que o brasileiro acabou por se libertar e chegou mesmo à bola. Ou seja, foi um daqueles penaltis para o video árbitro, de que eles nem querem ouvir falar.

E já que falei da btv, desta vez teve mesmo de ser e fui Inácio, o que me obrigou a levar com rolas, calados e condutos, mas também teve uma parte boa, que foi a de ver os melões deles no intervalo.

E por falar em coisas lindas, não posso deixar de saudar o regresso dos calções pretos, espero que seja para ficar. Isto sim é o Sporting, que não se pode confundir com a Nalval 1º de Maio e nem sequer com o Celtic.

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