Rotatividade a mais.

Ontem ficou demonstrado que Jorge Jesus está determinado em repetir aquilo que fez na temporada passada no Benfica, quando apesar de ter menos meios do que o Porto de Lopetegui, conseguiu ganhar o Campeonato, apostando todas as fichas nessa competição, porque como dizia um outro treinador muito querido lá para os lados da Luz, não tinha rabo para se sentar em duas cadeiras.

Jesus não se cansa de repetir que o grande objectivo do Sporting é ser Campeão Nacional e ontem não hesitou em pôr em prática a famosa rotatividade do plantel, deixando no banco vários titulares e dando uma oportunidade a alguns dos jogadores menos utilizados do grupo, e diga-se de passagem que à excepção de Gelson Martins, que não foi dos piores, nenhum dos outros justificou a aposta.

O resultado de todas as alterações introduzidas, foi um futebol muito confuso em termos ofensivos, o que até é compreensível, pois dos titulares da linha da frente só sobrou um, mas mesmo assim a equipa tentou ir para cima dos russos, que vinham com a lição bem estudada, acantonando-se à frente da sua baliza e apostando tudo nas expectáveis brancas da defesa contrária, onde imagine-se foi notória a ausência de Naldo, tantos foram os erros do seu substituto.

Há que dizer também que a sorte do jogo nunca acompanhou o Sporting, pois se é verdade que na 1ª parte apenas há a registar uma oportunidade de golo, desperdiçada por Paulo Oliveira, quando atirou ao lado da baliza deserta, depois do único erro de Guilherme, também se pode dizer que bastou um contra ataque bem metido, para que o Lokomotiv chegasse à vantagem, com muita sorte na curva que a bola fez, depois de Rui Patrício ter defendido o primeiro remate de Niasse.

Na 2ª parte o Sporting entrou melhor e até marcou cedo, na única vez em que Fredy Montero se mostrou, mas quando Jorge Jesus se preparava para mexer na equipa, o Lokomotiv voltou a marcar, numa jogada que me parece que Rui Patrício poderia ter morto logo à nascença, mas onde foram visíveis as debilidades defensivas do Sporting.

Entraram então Islam Slimani e Bryan Ruiz, mas logo a seguir Niasse fez o que quis de um Tobias Figueiredo completamente desmoralizado e matou o jogo, valendo depois Rui Patrício para evitar o quarto golo russo.

Derrota consumada, ficaram visíveis algumas limitações deste plantel, que até pode ter ganho alguma experiência com a chegada de vários jogadores na casa dos 30 anos, não me parece é que eles acrescentem muito mais daquilo que se viu ontem.

Desta vez a arbitragem não foi escandalosa, mas mesmo assim os mais fundamentalistas até podem queixar-se de dois penaltis que poderiam ter sido assinalados, porque foram tanto, ou até mais do que outros que recentemente tem sido descobertos pelos incansáveis seis homens que só vêem aquilo que querem.

E pronto, venha agora o jogo com o Nacional, onde aí sim não se pode falhar, principalmente porque no dia anterior alguém vai ter de se espalhar.


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