Jorge Jesus optou, e na minha opinião bem, por premiar a boa exibição de Ricardo Esgaio no jogo de Coimbra e manteve-o na equipa, chamando também ao onze Alberto Aquilani, uma alteração que só se entende se tiver sido feita a pensar em dar rotinas à dupla do meio campo, para o jogo da Liga Europa, mas ao contrário do que eu esperava Carlos Mané não teve a mesma sorte e o treinador leonino optou por manter na equipa o desgastado Bryan Ruiz.
Quanto ao jogo, o Sporting entrou muito bem e foi com naturalidade que rapidamente chegou ao golo. A perder, o Rio Ave começou a reagir, principalmente através de Marvim Zeegelaar, que puseram a cabeça em água a Ricardo Esgaio, fazendo-o passar por momentos complicados e o empate chegou a estar à vista, quando a bola bateu no poste da baliza de Rui Patrício.
Estava o jogo nisto, quando surgiu o 2-0, que normalmente seria o suficiente para arrumar a questão, embora esse fosse um castigo demasiado pesado para um Rio Ave, que não baixara os braços, mas o Futebol é assim mesmo e o Sporting chegou ao intervalo com uma vantagem de dois golos.
Na 2ª parte com a entrada de Kayembe, o Rio Ave Virou-se para a esquerda, enquanto o Sporting optou por aquele registo de controlar o jogo, deixando o tempo passar e gerindo a vantagem.
Quando Jorge Jesus resolveu finalmente tirar o inexistente Bryan Ruiz, o Sporting sofreu o golo que trazia de volta a incerteza ao resultado, curiosamente num lance onde o recém entrado João Mário não foi capaz de evitar o cruzamento de Kayembe, para uma pequena área onde faltavam, os centrais que deixaram Yazalde sozinho, com Ricardo Esgaio a chegar atrasado à dobra.
Esta coisa de controlar o jogo com vantagens mínimas, é muito bonita mas, para isso é preciso ter uma defesa autoritária, coisa que está longe de acontecer no Sporting, que nessa matéria piorou claramente em relação aos últimos dois anos, não só pelo posicionamento mais adiantado da linha defensiva, mas principalmente pela perda de qualidade dos protagonistas, com Rojo, Cédric, Ewerton e até Dier, a deixarem muitas saudades.
Com uma defesa de jeito, teria sido relativamente fácil segurar o 2-0 até ao fim, mas este Sporting sofre golos todos os jogos, quase sempre derivados de erros primários. Vale a qualidade do jogo ofensivo da equipa, que ontem depois da tardia entrada de Carlos Mané e quando o Rio Ave foi forçado a dar mais espaço, esteve sempre mais perto do 3-1, do que o Rio Ave esteve do empate, no entanto foram desperdiçadas várias oportunidades para matar o jogo, e não era preciso, eu não diria sofrer, porque depois do 2-1 o Sporting pegou no jogo, mas na verdade a incerteza no resultado durou até ao fim, e às vezes um canto, um ressalto ou um golpe de sorte, podem mudar tudo, principalmente com uma defesa daquelas, ou quando os amigos do apito e das bandeirinhas resolvem entrar em acção, o que não foi o caso de ontem. Valha nos isso!
Enfim foi uma vitória justa, mas que poderia ter sido mais simples, se aquela defesa oferecesse alguma segurança, coisa que ontem voltou a não se ver, principalmente da parte de Ricardo Esgaio, mas também de um Naldo que comete erros de posicionamento verdadeiramente assustadores, embora seja um defesa de processos simples, que não complica, no entanto falta-lhe qualidade.
Também não compreendo muito bem a teimosia em manter na equipa um visivelmente desgastado Bryan Ruiz, mas já se percebeu que Jorge Jesus não prescinde da experiência do costa riquenho. Ele lá sabe, mas num jogo destes a verticalidade e a juventude de Carlos Mané, pareciam-me ser muito mais úteis, como de resto se viu depois da entrada em campo do nº 36.
E pronto, a missão cumprida. Agora segue-se o Lokomotiv, esperemos que se possam minimizar os estragos, pelo menos até ao regresso dos lesionados.
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