Histórias que se repetem.

Maio de 2005, o Sporting ganha ao intervalo por 1-0 ao CSKA e acaba perdendo por 3-1. Entre 2009 e 2015, Jorge Jesus muda frequentemente de estratégia nos jogos da Liga dos Campeões e perde quase sempre. Agosto de 2015, o Sporting é claramente prejudicado por uma arbitragem vergonhosa no jogo da 1ª mão do play-off da Liga dos Campeões.

Ora aqui estão três histórias que ontem se repetiram em Moscovo, onde Jorge Jesus optou por reforçar o meio campo, deixando Islam Slimani no banco e apostando em Teo Gutierrez para jogar sozinho na frente, opções que se compreendem para um jogo onde estávamos em vantagem, pelo que seria preferível ter um avançado capaz de segurar a bola em detrimento de um finalizador menos dotado tecnicamente e não era mal pensado ter mais um homem no meio campo.

Não se pode dizer que a estratégia não tenha resultado, pois os primeiros 20 minutos foram do Sporting, perante um CSKA estranhamente passivo, que só acordou quando Doumbia teve a única oportunidade de golo dos russos nesta 1ª parte.

A partir daí o Sporting passou a ter menos bola, mas curiosamente foi nessa altura já muito perto do intervalo, que Teo Gutierrez fez o golo que anulava a vantagem de marcar fora, que os russos tinham conseguido em Alvalade, colocando o Sporting numa posição muito favorável.

A 2ª parte não podia ter começado pior para o Sporting, que sofreu um golo ridículo, ainda por cima marcado com o braço e aqui entramos na repetição dos ensaios de cegueira da 1ª mão.

Este golo acordou os russos que voltaram a acreditar, enquanto os Leões continuaram a acreditar que era possível levar o jogo para ritmos mais baixos e passaram a perder quase todas as bolas divididas, numa altura em que era essencial cerrar fileiras e correr muito, para então poder ter outra vez a bola.

Jorge Jesus optou então por refrescar o ataque, lançando Islam Slimani que podia desgastar o adversário com o seu incansável espírito de sacrifício e de muita luta, mas poucos minutos depois a defesa do Sporting foi comida pela enésima vez da mesma maneira e a eliminatória ficou empatada.

Faltavam cerca de 20 minutos para acabar o jogo e as equipas começaram a pensar no prolongamento, com Jorge Jesus a guardar as substituições, embora fosse visível que havia jogadores já a morrer, sendo o caso de Bryan Ruiz o mais evidente.

Mesmo assim aos 82 minutos Islam Slimani marcou um golo que só o olho telescópico do fiscal de linha conseguiu ver que tinha sido irregular, numa altura em que a eliminatória poderia ter ficado resolvida, apesar de todos os riscos que a equipa estava a correr. Mas não deixa de ser curioso como estes árbitros conseguem ver o que o que não aconteceu e depois não vêem o que não dá jeito ver.

Mas a fatalidade estava destinada e já perto do fim o CSKA chegou ao 3-1, com mais um golo nas costas da defesa leonina, onde Naldo teimava em chegar atrasado, ou sair atrasado, destruindo a linha defensiva do Sporting, perante a velocidade de Musa e Doumbia.

E pronto a história repetia-se, perante o desespero dos sportinguistas, que bem podem chorar pelos erros da arbitragem, que seguramente foram decisivos, mas também não podem esquecer que aquela defesa continua a ser um susto.

Agora que se foram os milhões, resta-nos ganhar a Liga dos tostões, isto se os árbitros deixarem.

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