Venha o Braga!

Manuel Machado tinha prometido um Nacional a jogar no campo todo, pode não ter cumprido a promessa mas pelo menos tentou, só que o Sporting não deixou e ontem foi uma equipa segura, embora tenha jogado muito tempo no fio da navalha e acima de tudo tenha voltado a desperdiçar algumas oportunidades de golo feito.

A primeira meia hora mostrou-nos um Nacional com vontade de cumprir a promessa do seu treinador, perante um Sporting muito menos brilhante do que aquele que vimos em Paços de Ferreira, principalmente porque não contou com a inspiração desequilibradora de Nani.

Nesse período a jogada de maior perigo foi um remate de Marco Matias que roçou na barra da baliza de Rui Patrício, mas na ponta final da 1ª parte o Sporting tomou conta do jogo e Islam Slimani duas vezes e João Mário uma, repetiram o filme do jogo anterior, desperdiçando excelentes oportunidades para matar a eliminatória ainda antes do intervalo, respondendo o Nacional logo a seguir com mais um remate de longe, que Rui Patrício defendeu com alguma dificuldade. Chegou-se assim a final dos primeiros 45 minutos com um nulo que não agradava a ninguém, mas que deixava tudo em aberto.

No inicio da 2ª parte, o guarda redes do Sporting que tinha sido infeliz no jogo da Choupana, desta vez foi decisivo, quando num momento chave da eliminatória fez uma defesa extraordinária a um remate de Soares, naquela que foi a única real oportunidade de golo dos madeirenses, que pouco depois ainda obrigaram Rui Patrício a mais uma boa defesa, na sequência de um livre marcado de muito longe, mas acabou aqui o fôlego do Nacional.

Do outro lado Islam Slimani continuava em dia não e nem na bola acertou quando esta lhe apareceu à frente em plena pequena área, enquanto William Carvalho  fez parecido num lance que nem vimos muito bem, porque o realizador estava entretido a mostrar repetições do defesa central do Nacional a protestar sabe-se lá com o quê, tantas foram as vezes que o barbudo gesticulou com o árbitro, muito rigoroso com Islam Slimani, mas mais permissivo com este efusivo rapaz. 

Chegados aqui pensava-se que com o aproximar do fim o jogo e com o desfecho da eliminatória completamente em aberto, se pudessem viver momentos de alguma ansiedade e emoção em Alvalade. Mas não, o Sporting mostrou-se muito sereno e autoritário mantendo sempre o jogo no meio campo adversário, enquanto da parte do Nacional nunca se vislumbrou capacidade para incomodar verdadeiramente Rui Patrício, embora no futebol os acidente como o de sábado passado sejam frequentes.

Mas desta vez não houve galo nem galinha e a cinco minutos do fim fez-se justiça, com Ewerton a desviar da melhor maneira um excelente cruzamento de Jefferson, para desespero de Manuel Machado, que no final do jogo apareceu de telemóvel em punho a reclamar um fora de jogo de posição de William Carvalho, que realmente estava adiantado, mas não interferiu na jogada.

A exibição não foi tão conseguida como em Paços de Ferreira, mas o resultado foi melhor e mais justo, num jogo em que o meio campo voltou a estar abaixo do que se exige, principalmente da parte de William Carvalho, que falhou passes a mais, sem esquecer João Mário, que atravessa uma crise de confiança, enquanto na frente Islam Slimani estava num dia daqueles de não acertar mesmo.

Quem olhar para os resultados desta meia final (2-2 e 1-0), ficará com a falsa sensação de um grande equilíbrio, que na verdade não existiu, pois o Sporting foi francamente superior nos dois jogos, apesar dos esforços dos rapazes de Manuel Machado.

Agora é esperar pelo Braga no Jamor, onde estão reunidos todos os condimentos para uma bela Final.


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