O Olegário do costume

Com o passaporte para o Jamor assegurado e o 3º lugar da Liga quase garantindo, Marco Silva entrou na fase de gestão de esforço, de um plantel curto, cuja equipa base foi formada por 14 ou 15 jogadores, utilizados quase sem parar.

Assim em Setúbal para além do castigado NaniWilliam Carvalho e Islam Slimani ficaram no banco, pelo que sem três dos seus melhores elementos, era inevitável que a equipa se ressentisse.

Os primeiros 10 minutos transmitiram a sensação de que Marco Silva teria arriscado de mais na sua gestão do plantel, mas a entrada forte do Vitória foi sol de pouca dura e o Sporting rapidamente tomou conta do jogo, pelo que quando Carlos Mané inaugurou o marcador, já Lukas Raeder tinha feito duas grandes defesas.

O 2-0 ao intervalo talvez até fosse exagerado, mas o Futebol é assim mesmo. Em Paços de Ferreira o Sporting poderia facilmente ter goleado e quando deu pelo galo tinha empatado, mas ontem o galo foi outro e andava de cartões em punho, porque do Vitória nada se viu para além daqueles 10 minutos iniciais, que não passaram de fogo de vista e do golo da vida do coreano Suk.

Esse golo chegou na melhor altura possível para o Vitória e quando se esperava que o jogo entrasse na sua fase mais emocionante, entrou em acção um dos piores árbitros que eu já alguma vez vi actuar no nosso Futebol.

A expulsão de Venâncio aceita-se, porque ele realmente deu com os pés no Ewerton, mas eu compreendo que num desaguisado destes fique um sabor a injustiça, quando um dos envolvidos é expulso, enquanto o outro fica em campo, no entanto havia muitas soluções para este imbróglio, como não mostrar cartões a ninguém, ou mostrar a Suk e a Ewerton, agora depois de ter sido rigoroso no cumprimento da lei, o que o impagável Olegário fez foi inacreditável, expulsando o Ewerton logo a seguir, num lance em que nem falta ele fez, pelo que ficou mais do que evidente que o árbitro só estava à espera duma oportunidade para equilibrar a contenda e o seu erro foi premeditado e intencional. Para além de incompetente este Benquerença não é sério e nunca o foi.

De resto dos 7 cartões amarelos mostrados a jogadores do Sporting, jugo que só o de Junya Tanaka e o primeiro a Ewerton se justificaram, o resto fez parte do ror de disparates cometido por um árbitro que não vai deixar saudades a ninguém, de tão fraco que é.

10 contra 10 o jogo não teve muito mais notas de interesse. O Sporting controlou bem as operações e o Vitória nunca se mostrou verdadeiramente ameaçador, embora no último instante pudesse ter acontecido o empate, num lance, imagine-se, de contra ataque, algo que teria dado aso a conversa para uma semana.

De facto este Sporting pratica um futebol geralmente atractivo, mas falta-lhe experiência, instinto matador e sobram-lhe momentos de grande desconcentração, que se reflectem nos muitos golos sofridos, como o de ontem em que Oriol Rosell quase estendeu uma passadeira a Suk.

No final esta vitória é inteiramente justa, num jogo onde os jogadores que entraram para o lugar dos titulares estiveram ligados aos três golos, mas pode-se dizer que se Carlos Mané voltou a justificar a sua condição de 12º titular da equipa, os outros dois estão muito longe da qualidade dos donos dos lugares que ocuparam.

Segue-se um mês que se espera tranquilo e que deverá permitir à equipa selar o 3º lugar antes do jogo com o Braga, ao mesmo tempo que o treinador seguramente irá dar seguimento a esta fase de gestão de esforço que se iniciou ontem, para que todos cheguem ao Jamor na melhor forma possível.

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