Vamos lá complicar

Principalmente nos jogos em que as equipas mais fracas visitam as mais fortes, é habitual dizer-se que o mais difícil é marcar o primeiro golo, pelo que quanto mais cedo ele chegar melhor, mas ontem o Sporting mostrou que não é bem assim.

Desta vez o golo chegou cedo e não veio sozinho, pois aos 8 minutos o Sporting já ganhava por 2-0 e o jogo não só parecia resolvido, como cheirava a goleada ou, pelo menos a uma noite tranquila para os Sportinguistas.

Pura ilusão, pois os jogadores do Sporting resolveram ligar o complicador. Talvez convencidos de que o jogo estava ganho a displicência apoderou-se da equipa e, na sequência de uma inacreditável sucessão de erros o Penafiel reduziu para 2-1 e ficou a jogar com mais um homem.

Tudo começou com um passe errado de Adrien Silva, seguindo-se um disparatado atraso de Islam Slimani que resolveu isolar Guedes, com Tobias Figueiredo a precipitar-se na tentativa do corte e a ser muito bem expulso, embora se saiba que na Luz ou no Dragão, aquilo não era falta ou, se fosse ficaria resolvida com o amarelo da ordem. Como se tudo isto não bastasse a barreira resolveu desviar-se da bola e o Penafiel voltou ao jogo sem saber bem como.

Mandava a prudência que Marco Silva refizesse a defesa, mas o treinador do Sporting entendeu que aquele Penafiel não justificava grandes preocupações, limitando-se a recuar um pouco no terreno William Carvalho e a verdade é que embora o jogo tenha ficado mais equilibrado, foi o Sporting que continuou a ser mais perigoso, ficando mesmo à beira do 3-1 quando Adrien Silva falhou por pouco uma habilidade à boca da baliza.

Estávamos à beira do intervalo quando Paulo Oliveira resolveu entrar na festa e ofereceu o empate a Bruno. Até parecia que o Sporting não queria ganhar o jogo.

Depois de intervalo lá entrou Ewerton Santos e o Sporting continuou a dominar, embora sem muitas pressas, até que foi a vez de Jefferson complicar. Parecia que já queriam era perder.

Entretanto entrara André Carrillo, aparentemente sem muita disposição para correr, mas foi dos pés dele que saiu o cruzamento para o golo de Nani, que já estava a irritar os adeptos com o seu habitual individualismo, mas é dos pés dele que se podem esperar as melhores coisas. Neste caso foi da cabeça do 77 que saiu o golo da vitória.

Tudo parecia resolvido, até porque o árbitro que dentro do seu critério apertado já tinha perdoado o 2º amarelo a Dani, resolveu expulsar o lateral direito do Penafiel, desta vez sem razão. Mas pouco antes já Jefferson tinha conseguido desperdiçar aquilo que parecia ser o inevitável 4-2.

No entanto a história não ficaria por aqui, a equipa parecia mesmo apostada em não ganhar e à beira do fim ofereceu o empate a Bruninho, valendo então Rui Patrício, que depois dos festins anteriores, desta vez não quis entrar na brincadeira.

No fim lá se somaram mais 3 pontos, depois de tanto complicar o que parecia simples, valeu que o Penafiel não soube aproveitar tanta insistência para pelo menos pontuar e mesmo assim depois do jogo aquele treinador ainda teve o descaramento de falar da arbitragem, o que lhe valeu uma oportuna resposta da parte de Marco Silva, naquela que foi a melhor jogada da noite.

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