Um empate que se aceita

Era inevitável que Marco Silva mexesse na equipa e era inevitável que esta se ressentisse, pois as alternativas vindas do banco não são a mesma coisa do que os titulares que foram sacrificados, alguns deles verdadeiramente decisivos na manobra deste Sporting.

Por razões diferentes ficaram de fora Cédric SoaresAdrien SilvaIslam Slimani e Nani, e este nem convocado foi, mas os outros acabaram por ter de entrar, porque a resposta dos seus substitutos não foi a melhor, embora no caso de Miguel Lopes a situação tenha resultado de uma expulsão muito discutível.

Curiosamente Carlos Mané foi o único que aproveitou a oportunidade que teve para ser titular, fazendo com que ninguém se lembrasse de Nani e marcando um belo golo, que poderá ser decisivo no desfecho da eliminatória.

O jogo teve uma 1ª parte equilibrada, embora a partir de uma certa altura o Sporting tenha assumido um pequeno ascendente, mas não se pode dizer que tivesse um domínio claro, perante um Nacional que jogou na expectativa, como que à espera para ver o que é que o jogo dava, uma posição que de certa forma também se estendeu ao Sporting.

Estava a dar um empate que até se justificava, pois as oportunidades tinham sido poucas e repartidas, com uma bola salva em cima da linha do golo do Nacional e um remate ao poste da baliza de Rui Patrício, quando este resolveu oferecer a vantagem aos madeirenses, que foi o melhor que podia ter acontecido ao jogo, despertando o Sporting que rapidamente chegou ao empate.

Marco Silva tinha acabado de lançar Islam Slimani para o lugar do inexistente Junya Tanaka, dando um sinal à equipa de que queria resolver a eliminatória ali na Choupana, quando o Nacional chegou ao 2-1 num lance onde Miguel Lopes foi muito permissivo e Lucas João saltou mais alto do que Tobias Figueiredo.

A perder Marco Silva teve de recorrer a Adrien Silva para o lugar de André Martins, outro que teima em não aproveitar as oportunidades que lhe são dadas, embora desta vez eu até estivesse à espera de que o sacrificado fosse João Mário, que está a atravessar um momento irreconhecível, sendo um dos que mais desgaste denota, ao ponto de até falhar passes, coisa pouco habitual nele. Esta substituição acabou por ser decisiva, pois Adrien Silva veio dar outra dimensão ao meio campo leonino, percebendo-se logo que com ele e  Islam Slimani era outra música.

Adivinhava-se o empate e Marco Silva  já se preparava para lançar Fredy Montero, quando Tiago Rodrigues sacou o segundo amarelo a Miguel Lopes, com uma atitude teatral que justificou inteiramente a indignação demonstrada pelo lateral direito do Sporting. É que não foi só o mergulho, foi também ficar deitado no chão à espera da interrupção do jogo para forçar o cartão, porque o árbitro tinha dado a lei da vantagem. Enfim, para alguns vale tudo.

Com menos um, Marco Silva teve de abdicar da entrada do avançado colombiano, tirando na mesma João Mário, mas para equilibrar a defesa com a entrada de Cédric Soares. Mesmo assim o Sporting sob a batuta de Adrien Silva chegou ao empate e acredito que com onze até poderia ter ganho o jogo, mas este resultado dadas as circunstâncias tem de se aceitar e até considerar como positivo, embora a equipa tenha corrido o risco de ver a eliminatória ficar muito complicada.

Agora é necessário recarregar as baterias e encontrar o caminho que leve a equipa ao Jamor e a manter o 3º lugar mínimo obrigatório, o que não me parece assim tão complicado, porque com todos os seus defeitos e limitações, este Sporting até joga um futebol positivo que agrada aos adeptos, pois entra sempre para ganhar e poucos serão os que não reconhecem que treinador não podia fazer muito mais do que tem feito.





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