Quem os ouve e lê até fica convencido que isto dos cortes de relações, dos blackouts e das trocas de mimos com os dirigentes dos clubes rivais, são tudo novidades trazidas pelo actual Presidente do Sporting, porque até aqui o futebol português vivia num clima de paz e sã convivência entre todos.
A verdade no entanto é que esta conversa toda não passa de uma forma de tentar passar ao lado do problema real que está na base da violência que há muitos anos grassa à volta dos clubes portugueses e que resulta essencialmente da junção de dois grupos de pessoas e de interesses nada recomendáveis, como são os casos da generalidade dos dirigentes e dos membros das claques, uns protegidos pelos outros e vice versa.
A rivalidade é normal no desporto e é dela que os clubes se alimentam para crescerem, mas há muito tempo que o futebol português é frequentado por delinquentes, desde os de gravata até aos das calças rotas.
Não deve haver português nenhum que goste de futebol, que não tenha ouvido algumas das famosas escutas do "Apito Dourado", que mostraram a toda a gente como é que funcionava o badalado "Sistema" montado por Pinto da Costa e que um dia José Roquete definiu e muito bem, como " um conjunto de maus hábitos instituídos no futebol português".
Quando rebentou o escândalo atrás referido, que levou até aos calabouços um homem com as influências de Valentim Loureiro, Pinto da Costa foi avisado a tempo e resolveu ir passar uns dias à Galiza, regressando quando e como quis, para ir prestar declarações à Polícia, mas acompanhado da guarda pretoriana dos Super Dragões.
Em tempos não muito longínquos Vale e Azevedo foi Presidente do Benfica durante alguns anos, período em que fez tudo o que quis, bastando-lhe o azar de não ter sido reeleito, para imediatamente ir parar à prisão.
Mas o divertido vale tudo não é um caso único de gente com problemas com a justiça que procura o refugio nos clubes de futebol, um fenómeno ao que o Sporting também não escapou como se viu nos últimos anos e que terá seguramente mais protagonistas na fila de espera.
O actual Presidente do Benfica ainda não há muitos anos era afilhado de Pinto da Costa, a quem beijava a mão, um relacionamento que teve de terminar a partir do momento em que Vieira trocou o Alverca pelo Benfica, o que o obrigou a cuspir no prato de onde comia há muitos anos.
Um dia puseram-lhe à frente um papel que tentou ler, coisa nada fácil para ele, mas lá saiu aquela história dos burros para trás e dos burros para a frente, dirigida aos portistas. A resposta foi pronta e veio no site oficial do FCP. De burro para burro, ou talvez seja melhor dizer para leitor, terminava assim:
Burros não são os que acreditam na mudança. Burros são os que fecham os olhos à forma como o leitor enriqueceu. É o alpinismo social. Burros não são os que acreditam na mudança. Burros são os que confundem risco com linha, ou que julgam que coca-cola só tem quatro letras.
Toda a gente percebeu aonde é que se queria chegar, mas ninguém mais mexeu no assunto, que como é bom de ver não interessa mesmo nada.
Mas o mau é o Presidente do Sporting que não se dá com esta gente e corta relações com todos. Que pena não cortar também com os anormais das claques, a quem continua a pedir para não obrigarem o Clube a pagar multas graças aos seus comportamentos estúpidos, sem ser ouvido. Talvez fosse a altura de também os pôr na ordem.
Até lá jornalistas, comentadores, policias, políticos e restante cambada, vão continuar a assobiar para o lado, e a tirar o chapéu da cabeça à passagem dos donos da bola e dos seus capangas e a bater neste maluquinho que parece não ter medo de ninguém quando chega a hora de defender o Sporting. O homem se tivesse algum podre era bem capaz de já estar na cadeia.
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