Como ultrapassar o autocarro

Frente à Académica o Sporting encontrou o já famoso autocarro e desta vez foi um daqueles de dois andares e sem capacidade para sair da frente da sua baliza, de tal forma que Rui Patrício foi um mero espectador, limitando a sua acção a sair a dois ou três cruzamentos, nas raras vezes em que a Académica conseguiu chegar à área do Sporting, que diga-se teve muitas dificuldades em ultrapassar as barreiras ultra defensivas montadas por Paulo Sérgio.

Sem Islam SlimaniMarco Silva tentou encontrar soluções mantendo o 4x3x3 mais habitual na sua equipa, mas Fredy Montero tem muitas dificuldades em movimentar-se no meio de uma multidão de defesas, pois não tem capacidade de choque e principalmente não oferece soluções  no jogo aéreo, como foi visível logo no inicio do jogo, quando falhou uma das poucas oportunidades que o Sporting conseguiu criar na 1ª parte.

Depois do intervalo o Sporting acelerou e fez uns bons 10 ou 15 minutos, mas o autocarro sobreviveu e jogo voltou a entrar no rumo que interessava à Académica. Foi então que Marco Silva resolveu mexer na equipa, lançando Carlos Mané e Junya Tanaka, passando então a ter dois homens na frente, uma alteração que na minha opinião só pecou por tardia.

Junya Tanaka não é um homem de área, mas é um jogador com golo, pois tem a baliza sempre na sua mente e foi ele que acabou por resolver o jogo, obrigando o guarda redes da Académica a defender a bola para a sua frente, com João Mário a aparecer muito bem na recarga para o golo.

Mesmo a perder a Académica não reagiu, mostrando uma total incapacidade para jogar futebol e foi Nani quem poderia e deveria ter arrumado a questão, mas apesar da escassez da vantagem não se pode dizer que a vitória tenha estado em perigo.

Este é um jogo do qual se podem tirar duas notas; Em primeiro lugar para o futebol negativo da Académica que só será possível contrariar quando os empates a zero deixarem de valer pontos. Em segundo lugar parece-me que com adversários destes o Sporting tem de começar logo no 4x4x2, embora eu compreenda que depois não no banco não restem praticamente outras soluções para o treinador refrescar a frente de ataque, em jogos que podem ser muito desgastantes

Comentários