Para quê tanto medo?

Este era na minha opinião o jogo mais fácil da época para o Sporting, pois com o Chelsea já apurado, adivinhava-se que Mourinho ia descansar alguns dos titulares e que os que jogassem nem teriam necessidade de forçar muito o andamento. Por outro lado o Sporting também já tinha cumprido o seu objectivo mínimo obrigatório, pelo que agora a única coisa que se pedia, era que a equipa entrasse em campo desinibida e desfrutasse de um jogo, que era também uma bela oportunidade para fazer um brilharete.

No entanto o que vimos foi um Sporting aterrorizado, que entrou em campo a tremer por quase todos os lados e, se isso até se compreende num jovem como Ricardo Esgaio, já não se percebe quando estamos a falar de um Diego Capel, que parecia ter medo da baliza de tanto lhe virar as costas, havendo ainda registar outras exibições miseráveis, o que já nem é de estranhar num defesa medíocre como Maurício, mas que já chateia em relação a William Carvalho, que a jogar assim nem merece a titularidade no Sporting, quanto mais uma transferência para o estrangeiro.

Também me parece que  Marco Silva errou quando deu a titularidade a Islam Slimani, num jogo onde se sabia que o Sporting iria atacar menos do que o costume, pelo que se pedia um avançado que soubesse segurar a bola, para esperar pela subida da equipa e jogar com ela, coisa que o argelino é incapaz de fazer, pelo que não se estanhou a tosca imagem que deixou em Londres.

No meio deste naufrágio geral. apenas escaparam o endiabrado André Carrillo, que deve ter sido o único a perceber que tinha ali uma oportunidade quase única para brilhar, sem esquecer o cada vez mais confiante e seguro Paulo Oliveira e o Rui Patrício do costume.

Mas aqueles primeiros 20 minutos foram de bradar aos céus, com a equipa completamente amarrada pelos seus medos, uma situação que foi agravada por um golo madrugador, resultante de um penalti estúpido, logo seguido do 2-0, em que Maurício fez mais uma demonstração da sua invulgar capacidade para marcar com os olhos.

Pelo andar da carruagem cheguei a temer o pior, mas valeu que o Chelsea também não forçou muito e então foi a vez de  André Carrillo mostrar aos seus companheiros como é que se fazia. O 2-1 poderia pelo menos ter despertado a equipa, mas durou pouco e, logo a seguir veio o terceiro golo, resultante de mais uma paragem cerebral colectiva, de uma defesa a precisar urgentemente de alguém que ponha ordem naquilo e que ainda por cima ontem estava amputada dos seus dois laterais.

O resto do jogo foi em andamento de treino, com toda a gente à espera do hora do duche, embora Fredy Montero ainda tenha tido tempo para mostrar umas habilidades, que bem poderiam ter tido alguma utilidade se ele tivesse jogado de inicio.

É verdade que o Sporting poderia e deveria ter ficado em 2º lugar neste grupo, se tivesse ganho na Eslovénia como era sua obrigação e se os árbitros não tivessem tido uma alucinação na Alemanha, mas não é menos verdade que com esta defesa, o melhor mesmo é não cair nos pés dos tubarões europeus, para se evitarem novas humilhações e na Liga Europa tudo é possível, até ganhar.

 

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