O plano B passa a A

Na época passada com Leonardo Jardim chamavam-lhe o plano b, mas agora com Marco Silva, um treinador menos conservador, e depois de algumas dificuldades que o Sporting tem mostrado quando enfrenta as equipinhas formatadas à portuguesa, o B passou a A e, devo dizer que a experiência foi aprovada com distinção.

É verdade que o Vitória mostrou muitas fragilidades, pois o Domingos deve ter lido aquela cartilha que diz que os centrais do Sporting tem muitas dificuldades a sair com a bola e tentou entrar a pressionar alto. O resultado foram 20 minutos avassaladores, que poderiam ter acabado numa goleada.

Percebido o erro, Domingos corrigiu recuando as linhas, enquanto o Sporting baixava o ritmo do seu jogo e o intervalo chegou com um injusto zero a zero, numa 1ª parte em que o Vitória não fez um remate à baliza e nem sequer dela se aproximou, começando logo de inicio a queimar tempo, valendo-lhe apenas a boa exibição de Batista e a falta de pontaria dos avançados leoninos.

Diga-se que com Fredy Montero a jogar solto nas costas de Islam Slimani e dois extremos de grande qualidade, apoiados por laterais muito ofensivos, o futebol de atque do Sporting ganha outra dimensão, sendo que neste jogo a dupla do meio campo, chegou e sobrou para as encomendas, mas contra adversários de outro nível os riscos crescem, principalmente porque depois lá atrás não há aquele respaldo que dê confiança à restante equipa. Mas para os "setubeis" do nosso campeonato, esta é a melhor estratégia.

Já li por aí que a alterações introduzidas por Marco Silva na 2ª parte foram determinantes para o desfecho deste jogo, mas não estou de acordo. Em primeiro lugar porque não é num minuto que se muda tudo, pelo que me parece que o facto de os golos terem acontecido logo a seguir às substituições foi apenas uma feliz coincidência. De resto o treinador limitou-se a fazer duas trocas directas, não alterando a estratégia e refrescando a equipa com jogadores de nível praticamente idêntico, embora João Mário tenha características muito diferentes das de Adrien Silva, uma pequena alteração que se compreendia, numa altura em que era preciso chegar mais à frente.

Não tinha sido na 1ª parte quando o Sporting atacava de uma forma organizada, atirando sucessivamente ao alvo, foi na 2ª e de rajada, logo a seguir às substituições e assim o jogo ficou resolvido, sem que o Vitória mostrasse qualidade para incomodar Rui Patrício.

No final chegou o 3-0, que até é curto para o que se viu em campo, sendo de lamentar que o choramingas tenha vindo falar de arbitragem no final de um jogo onde só por milagre conseguiu escapar duma goleada, mesmo que a irregularidade cometida por William Carvalho tenha acontecido.

Já aqui falei nisto várias vezes, mas nunca é de mais. Os realizadores das transmissões de jogos de futebol ou são burros ou não fazem a mínima ideia do que é estar a ver um jogo em casa. A insistência nas repetições por tudo e por nada, ás vezes 4 ou 5 seguidas e com o jogo a decorrer, é um disparate. Foi assim que não vimos o golo de Fredy Montero em tempo real, mesmo que desta vez a repetição em causa fosse a de um lance importante, mas havia tempo para mostrarem tudo o que quisessem. Será que não há ninguém que explique a estes gajos que nós queremos é ver o jogo. As repetições são acessórias e devem ser feitas apenas nos tempos mortos, sem serem exaustivas.

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