A resposta de Marco Silva

Subitamente depois das inesperadas declarações de Bruno de Carvalho, o jogo da Choupana ganhou uma importância acrescida, pois mais um mau resultado deixaria o treinador numa posição quase insustentável.

Compreendi as opções de Marco Silva ao dar a titularidade a André Martins, o único jogador que justificou tal oportunidade no jogo da Taça, da mesma forma que a exclusão da lista dos convocados de Diego Capel, também me pareceu ser um sinal para o grupo, embora no sentido contrário ao do prémio atribuído a André Martins.

O jogo não começou bem para o Sporting, que nos primeiros 15 minutos parecia estar ainda no ritmo morno de Moreira de Cónegos, mas rapidamente a equipa percebeu que era necessário acordar, entrando o jogo numa toada em que qualquer uma das equipas poderia fazer um golo, de tal forma que me pareceu logo que seria de vital importância marcar primeiro. Era um daqueles jogos típicos de quem marcar ganha.

Depois do intervalo o Sporting tomou conta das operações e o golo de Carlos Mané já se adivinhava quando aconteceu. Nessa altura a minha expectativa era ver como reagia o Sporting à preciosa vantagem adquirida, numa altura em que era importante não deixar o Nacional acreditar e aproveitar os espaços que as previsíveis alterações de Manuel Machado iram proporcionar.

Reagiu bem o Sporting, que esteve perto dos 2-0 pelo menos duas vezes, mas Gottardi não deixou. Foi então que aconteceu uma daquelas coisas inexplicáveis que parece que só acontecem ao Sporting, quando Adrien Silva resolveu inventar uma complicação adicional para os seus companheiros, que no entanto uniram esforços e souberam segurar a vantagem com algum sofrimento, mas também com muita garra e inteligência.

Aqui deve destacar o papel de André Carrillo, que mostrou uma maturidade que lhe desconhecíamos, fazendo lembrar Nani na hora de segurar a bola lá na frente, isto sem esquecer o incansável Islam Slimani que muita falta vai fazer em Janeiro e um cada vez mais confiante Paulo Oliveira, em contraponto com o seu parceiro Maurício, que teima a fazer faltas estúpidas, embora ontem pelo menos não tenha tido nenhuma das suas habituais brancas. Finalmente uma palavra para Rui Patrício, que no último instante aguentou a vitória com grande valentia.

No final Marco Silva lá mandou um recadinho ao Presidente, o que nesta altura me parece pouco aconselhável, mas compreendo que não seja fácil engolir aquilo tudo e calar.

Agora vamos ter um mês bem recheado com a Taça da Liga pelo meio, sem se saber como é que Marco Silva se vai desenrascar com essa história de jogar com a Equipa B e os Juniores. Quanto ao campeonato, será muito importante voltar a ganhar os jogos em casa e passar no difícil teste de Braga.


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