Grande trambolhão

Na ante-visão ao jogo de Guimarães, Marco Silva afirmou que ainda nem tinha falado ou pensado no confronto da próxima jornada da Liga dos Campeões, mas se realmente não o fez cometeu um erro, pois a verdade é que pareceu que a equipa foi ao Minho já com a cabeça no Schalke 04.

A grande diferença entre as duas equipas em Guimarães foi claramente uma questão de atitude ou de agressividade como preferiu chamar-lhe o treinador do Sporting, com os homens do Vitória a encararem todos os lances como se fossem os últimos das suas vidas, frente a um Sporting de salto alto, quiçá adormecido pelos muitos elogios à qualidade do futebol que a equipa tem praticado, esquecendo-se que há alturas em que antes de jogar bem é preciso lutar muito.

A verdade é que na 1ª parte os vitorianos chegavam sempre mais cedo ás segundas bolas e ganharam quase todas as divididas, impedindo o Sporting de mostrar a tal qualidade do seu futebol de ataque, embora também se tenha de dizer que o 2-0 que se verificava ao intervalo, não correspondia de forma alguma a um volume de futebol ofensivo que justificasse tal vantagem, pois ao longo dos primeiros 45 minutos não houve praticamente oportunidades de golo, tendo o marcador funcionado em dois cabeceamentos felizes, em ambos os casos na sequência de cantos onde houve falhas de marcação gritantes de uma defesa que continua órfã de um patrão.

Na 2ª parte Marco Silva teve de arriscar, apostando em Islam Slimani e nos cruzamentos, mas sem resultados práticos, continuando a equipa a não conseguir criar perigo junto da baliza adversária, mesmo tendo mais bola.

Rui Vitória respondeu com o recuo das suas linhas, passando de uma estratégia de luta sem tréguas personificada por André André, para a aposta no contra-ataque, que teve em Hernâni um interprete notável, de tal maneira que o 3-0 esteve sempre mais próximo do que o 2-1, que era fundamental para trazer o Sporting de volta ao jogo.

De qualquer forma o jogo foi-se arrastando sem alterações no marcador, até que um penalti estúpido arrumou a questão já perto do fim e, se na 1ª parte o 2-0 era lisonjeiro para o Vitória, no final do jogo o 3-0 era mais do que merecido, podendo até dizer-se que o Sporting tinha escapado de uma goleada histórica.

Que tenha servido de lição é o que todos esperamos, mas agora a margem de erro no campeonato passou a ser nula e o jogo de 4ª feira ganhou uma importância acrescida. Já não é só a definição da situação do Clube na Europa que está em causa, agora a equipa também precisa de recuperar confiança em si própria e o apreço dos sportinguistas, que ficaram muito desiludidos, logo a começar pelo Presidente que não se coibiu de fazer duras e justificadas criticas à postura dos jogadores.

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