De volta a Guimarães

Paulo Fonseca tinha prometido ir a Alvalade para ganhar, garantindo não ter necessidade de recorrer a autocarros e, a verdade é que na 1ª parte o Paços de Ferreira reduziu o Sporting à dimensão de Guimarães, sendo sempre a melhor e a mais perigosa equipa em campo, perante uns leões adormecidos que justificaram novos puxões de orelhas.

O golo de Hurtado foi não só merecido, como precedido de vários avisos, fruto de uma jogada que já tinha sido ensaiada duas ou três vezes, perante a passividade da equipa leonina e a deficiente colocação da sua linha defensiva, que pareceu nunca ter compreendido o que se estava a passar.

O Sporting, ao contrário do Paços de Ferreira, raramente conseguia ter a bola, com os seus jogadores a mostrarem que não tinham aprendido a lição de Guimarães, entrando novamente de salto alto, enquanto os castores faziam pela vida, não apenas com muito suor, mas também com um futebol descomplexado e ambicioso, pelo que o resultado  no final da 1ª parte era mais do que justo.

Logo no intervalo Marco Silva não hesitou e resolveu imediatamente lançar Carlos Mané e Fredy Montero, mas nem o golo do colombiano inspirou a equipa do Sporting, que no entanto passou a ter mais bola, principalmente porque a Paços de Ferreira da 2ª parte foi muito diferente do da 1ª, passando a preocupar-se mais com o anti jogo de que com outra coisa.

De qualquer forma não se vislumbrava uma solução que não fosse outro momento de inspiração e Marco Silva preparava-se para simplesmente refrescar o meio campo, quando Sérgio Oliveira foi expulso como resultado de um critério disciplinar excessivamente apertado, que só podia acabar assim. Favoreceu o Sporting, mas a lei das probabilidades dizia o contrário, pois eram mais os leões amarelados.

Faltavam cerca de 20 minutos para terminar o jogo e o Sporting finalmente começou a criar oportunidades de golo, Diego Capel e Islam Slimani por duas vezes, falharam de baliza aberta, enquanto Nani não se mostrava particularmente inspirado.

Perto do fim Fredy Montero voltou a marcar, mas o fiscal de linha completou uma serie de decisões erradas, contribuindo para a polémica do costume e levando inclusivamente Marco Silva a cair da burra abaixo e a perceber finalmente que agora está no Sporting, pelo que em matéria de arbitragem ninguém aguenta muito tempo com o discurso politicamente correcto. A paciência tem limites.

Com este empate as fissuras no edifício do futebol leonino começam a ser evidentes e perante a deficiente construção do plantel e a discutível assumpção da candidatura ao título, a vida do treinador leonino em Alcochete não está fácil. Vamos ver como se aguenta Bruno de Carvalho.

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