A Hora do Presidente

Chamar os Directores dos jornais desportivos à Sporting TV quando as coisas não estão a correr lá muito bem, foi um acto de valentia, algo que já ninguém estanha no Presidente sem medo, que no seu estilo até se saiu bem desta empreitada, principalmente quando deu umas boas e merecidas bordoadas, que tocaram a muita gente, inclusivamente aos convidados.

No entanto há assuntos inevitavelmente complicados e a primeira parte deste confronto não foi fácil para Bruno de Carvalho, que se defendeu da forma que pôde na polémica do faceboock/indignidade, fazendo questão de se incluir no grupo dos visados pelas suas próprias criticas e desvalorizando as réplicas naturalmente aproveitadas pela imprensa, mas a verdade é que por mais razões que lhe assistam para escrever o que escreveu, e na minha opinião assistem, o que daí resultou foi uma tempestade desnecessária criada por ele próprio no lugar errado e que originou um visível mau estar no grupo.

Depois de meia hora perdida a insistir neste assunto, entrámos na questão da formação onde o Presidente apenas se safou porque os senhores jornalistas não dominam minimamente esta área. A comparação das últimas duas temporadas com as duas épocas anteriores, foi uma habilidade de que eu não gostei e que só serviu para tapar o sol com uma peneira, pois comparou-se o que já estava mal com o não melhorou em nada. Bastará comparar os últimos 5 anos com um período idêntico imediatamente anterior, para então se verem as diferenças de que se fala.

As piores respostas foram a justificação para a falta de rumo que se vive na Equipa B e o caso Shikabala considerado com normal, numa altura em que ainda ninguém percebeu porque é que à última do hora resolveram dispensar o Abel e, já toda a gente menos o Presidente concluiu que foi um disparate ir buscar este egípcio meio maluco. Quando se cometem erros tão evidentes como estes, não há como escondê-los e aí nada como reconhecer que errámos.

Levemente aflorada foi a questão da errática politica de contratações que tem vindo a ser seguida e que apenas confirma as reservas que eu levantei sobre a estrutura do Futebol escolhida por Bruno de Carvalho, mas isso são outros quinhentos que ficarão para uma analise posterior.

Daí para a frente sim senhor gostei. Dias da Cunha, Luís Duque, os clubes no processo da Liga, o casamento FCP/SLB, e a jornalada levaram para contar, só faltou a arbitragem que desta vez escapou das certeiras bordoadas de Bruno de Carvalho, que esteve muito bem em realçar as inúmeras propostas que tem feito no sentido da melhoria do futebol, mas que caem invariavelmente em saco roto.


Um momento importante foi o do anúncio de que as questões que estavam a emperrar a reestruturação financeira foram finalmente ultrapassadas. Só tive pena que ninguém se tivesse lembrado de perguntar ao Presidente se já havia investidores para os tais 18 milhões previstos, mas a falta de preparação desta gente dos jornais é confrangedora.


Foram portanto duas horas e meia de conversa agradável de seguir com alguns momentos interessantes, mas com muita coisa a ficar por esclarecer, como por exemplo em que ponto está a reorganização da politica de comunicação do Clube e o que é que se pretende fazer nesta área.


Comentários