Nem São Patrício nos salvou

Ontem frente ao Chelsea, o Sporting vestiu um fato que não é o seu e sentiu-se manifestamente inconfortável, pois a equipa gosta de ter bola e de assumir a iniciativa do jogo, coisa que os ingleses claramente mais poderosos, nunca permitiram.

Para além disso o ponto fraco desta equipa do Sporting é indiscutivelmente a defesa, pelo que não se espera que seja capaz de segurar um resultado com base em estratégias ultra defensivas e, sendo assim o Sporting só fez aquilo que o Chelsea lhe permitiu, o que diga-se a verdade não foi muito.

A tudo isto juntou-se um certo nervosismo bem patente na 1ª parte, com vários jogadores a sentirem o peso da sua inexperiência em jogos deste nível, o que os impediu de pelo menos actuarem desinibidos, enquanto o Chelsea ia criando situações de golo, que um enorme Rui Patrício foi adiando enquanto pôde.

Finalmente a perder o Sporting descomprimiu um pouco e na 2ª parte até melhorou bastante, mas o Chelsea teve sempre o jogo controlado e continuou a ser mais perigoso, mas esbarrou sempre na oposição do guarda-redes leonino.

No jogo das substituições Mourinho não quis correr riscos e meteu Obi Mikel para segurar o meio campo, enquanto Marco Silva  arriscou o que era possível arriscar, mas Diego Capel e Fredy Montero nada acrescentaram à equipa.

No entanto tal como Mourinho disse, estes jogos onde se desperdiçam muitas oportunidades, às vezes acabam com resultados inesperados e a verdade é que Nani poderia ter empatado em duas ocasiões, a última das quais já muito perto do fim, isto sem esquecer uma arbitragem tendenciosa, que negou ao Sporting um penalti claro e uma serie de livres perigosos, em contraste com o rigor revelado na marcação das faltas para o outro lado.

No fim o resultado aceita-se, pois contra a força não há resistência que aguente, embora Rui Patrício merecesse ser herói na conquista de pelo menos um empate, mas com uma defesa daquelas é praticamente impossível e acabou por faltar aquela pontinha de sorte que o Maribor teve há 15 dias atrás.

Costuma-se dizer que há derrotas que ás vezes também ajudam as equipas a crescer e neste caso eu espero que Marco Silva finalmente perceba que com aqueles centrais não vai lá e se ontem houve alguma coisa de boa para além da grande exibição do Rui, foram seguramente os sinais positivos dados por Paulo Oliveira que já merece uma oportunidade, não pelo que tenha jogado, mas mais pelo que os outros tem mostrado, ao ponto de Naby Sarr ser cada vez mais visto como o nabo Sarr, estando claramente a precisar de parar para acalmar.

Quanto ao resto, Jonathan Silva foi anjinho no golo, fruto da sua inexperiência, mas parece ser um jogador com potencial. William Carvalho continua irreconhecível, lento e complicativo. João Mário mostrou mais uma vez ter muita qualidade e uma enorme margem de progressão, principalmente se conseguir subir os seus níveis agressividade no bom sentido.  Nani abusou dos lances individuais, mas compreende-se que queira resolver e assuma essa responsabilidade. Cédric SoaresAdrien Silva e Islam Slimani lutaram até à exaustão, enquanto Maurício lutou quase até à morte, mas Diego Costa era fruta de mais para ele. André Carrillo denotou alguma ansiedade em mostrar serviço, mas não estava nos seus melhores dias.



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