Não gostei

O Sporting ganhou mas eu não gostei nem da exibição, nem do jogo e muito menos da estreia do Nani.

A exibição foi fraca, valendo pela entrega da equipa ao jogo, personalizada na figura de Adrien Silva que está feito num jogador enorme, mas apesar disso e de algumas oportunidades de golo que foram anuladas pela boa actuação do guarda-redes do Arouca, notou-se claramente que falta ali um homem de área, pois Fredy Montero está cada vez mais marcado pelo medo do golo.

Parece que Islam Slimani vai ser reintegrado, esperemos que venha com vontade de continuar a evoluir e de se tornar num jogador que justifique efectivamente um aumento salarial, ou então será necessário encontrar uma alternativa no mercado, o que nesta altura é sempre complicado e caro.

Uma palavra ainda para a coragem de Marco Silva que pôs a carne toda no assador e nâo teve medo de substituir um Nani que lhe tinha criado um problema que não fosse o golo de Carlos Mané, seria uma bota bem difícil de descalçar, mas também aqui o treinador não fugiu do problema e no final do jogo foi inteligente na forma como o abordou, não desvalorizando, mas também não empolando uma questão que terá de resolver dentro de portas.

A verdade é que a atitude de Nani poderia ter sido fatal e ele terá de perceber que não pode chegar ao Sporting e armar-se logo em dono da bola, primeiro terá de justificar essa condição em campo. Quando eu o vi  pegar na bola adivinhei logo o que ia acontecer e desatei a gritar "isto não pode ser". Mas foi e espero que sirva como uma espécie de banho de humildade de que ele parece estar a precisar, embora a forma como reagiu à substituição, saindo a passo, não seja um bom prenuncio.

Também não podemos esquecer que do outro lado esteve um Arouca que primou por uma excelente organização defensiva, de resto muito elogiada na imprensa, mas a verdade é que eu não gosto de ver uma equipa a jogar daquela maneira, preocupada unicamente em defender e à espera que lhe caia um golo do céu, coisa que até poderia ter acontecido em duas ocasiões, onde Rui Patrício esteve à altura daquilo que deve ser um guarda redes de um grande clube.

De resto o Arouca defendia com 10 atrás da bola, queimando tempo sempre que podia, chegando-se ao ponto de aos 52 minutos um jogador seu ser amarelado por demora na marcação de um livre. Assim soaram a ridículos os protestos de Pedro Emanuel por não ter conseguido fazer uma substituição cujo
único objectivo era queimar tempo.

Tudo isto nos leva à velha questão da necessidade de alterar as regras, a começar pela paragem do cronometro na altura das substituições e em outras interrupções forçadas, como por exemplo para assistir lesionados, o que retiraria aos árbitros o poder de decidir o tempo de compensação a dar no fim dos jogos, isto para além da minha velha luta para que os empates a zero não valham pontos, o que obrigaria as equipas a trabalhar para fazer golos, deixando de fazer sentido os ferrolhos desde o primeiro minuto, na defesa de um ponto com que todos iniciam sem nada ter feito para justificá-lo.

Agora vem a deslocação à Luz, um jogo diferente de todos os outros, mas que desta vez terá muitos pontos de interesse.

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