Balanço da pré época

Aproveito o dia do arranque do campeonato para fazer um balanço da pré época deste Sporting de Marco Silva, um treinador que para já teve o mérito de aproveitar aquilo que já estava feito.

Assim logo desde os primeiros jogos  Marco Silva apostou no esqueleto da equipa deixada por Leonardo Jardim, com Marcelo BoeckEric Dier e Fredy Montero a renderem sem sobressaltos os jogadores que tinham estado no Mundial, enquanto Oriol Rosell mesmo não fazendo esquecer William Carvalho, também mostrou que poderia ser pelo menos uma alternativa, tal como o japonês Junya Tanaka que se contrapôs com golos ao colombiano Fredy Montero, que parece estar com medo da baliza.

Com o regresso dos "mundialistas" o onze base para este arranque de temporada parecia definido, pois Rui PatrícioMarcos Rojo e William Carvalho eram titulares indiscutíveis, enquanto Islam Slimani apresentava argumentos diferentes dos outros avançados, parecendo à partida como um jogador com um perfil mais adequado ao jogo idealizado por Marco Silva.

A única dúvida talvez estivesse nas alas, onde André Carrillo arrancou como a primeira opção e Diego Capel surgiu à frente de um Carlos Mané pouco inspirado nesta fase inicial da temporada, mas para as duas vagas na posição de extremos, não faltam opções neste plantel.

De resto as diferenças entre esta equipa e a da época passada, passam apenas pelo posicionamento mais adiantado da equipa, que começa a pressionar mais à frente, numa opção mais ambiciosa mas menos cautelosa do novo treinador, talvez respondendo às exigências do Presidente.

Daqui também resultou uma maior exposição da defesa ao erros e algumas quebras de concentração da equipa nas fases finais das partes, principalmente no fim dos jogos, o que se poderá explicar por uma maior exigência em termos físicos, resultantes desta filosofia mais ambiciosa imposta por Marco Silva.

Até o chamado plano b de Jardim, parecia que não iria ser muito mexido, embora o facto de Islam Slimani só ter feito os últimos dois jogos de preparação, não tenha permitido muitos ensaios dessa estratégia, sendo que a derrota com o Gijón, atribuída pela generalidade da critica ao falhanço dessa aposta num 4x4x2 quase 4x2x4, não pode servir de exemplo, porque sem William Carvalho e Adrien Silva em campo não é a mesma coisa.

Entre os jogadores novos também gostei de João Mário, embora lhe falte a intensidade de Adrien Silva e a velocidade e mobilidade de André Martins, mas a segurança de passe e visão de jogo deste jovem, acrescentam novas valências ao nosso meio campo, que serão seguramente muito úteis no futuro.

As inesperadas deserções de Marcos Rojo e Islam Slimani, criaram novos problemas a  Marco Silva, porque sem Eric Dier, há agora que refazer a dupla de centrais, que para já vai ter Maurício como líder, estando completamente em aberto o outro lugar que de momento tem três concorrentes, restando saber se algum deles estará à altura de aproveitar esta oportunidade.

Quanto a Islam Slimani, a confirmar-se a sua saída terá inevitavelmente de ser substituído por uma nova contratação, pois trata-se de um jogador com características ímpares neste plantel, sendo pois urgente que se defina a sua situação.

Para já hoje Fredy Montero terá uma nova vida e espero que possa ajudar o argelino a perceber que não é tão importante assim para já estar armado em vedeta. Na defesa parece que será Paulo Oliveira o titular, ele que tem mostrado alguma timidez, parecendo acusar o peso da camisola, mas que parte à frente de Naby Sarr e de Ramy Rabia, dois jogadores ainda em fase de adaptação ao nosso futebol.

Será pois um jogo interessante este de hoje em Coimbra, onde a vitória é fundamental e alguns jogadores estarão debaixo de muita pressão, veremos como respondem, eles e  a equipa.


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