A linha de produção de Alcochete

Sempre fui um entusiasta da aposta na formação, um desígnio que para o Sporting passou a ser quase uma obrigatoriedade depois da construção de uma infraestrutura de excelência como é a Academia de Alcochete, que foi inaugurada em 2002.

Se até aí já tinham saído das escolas de formação leoninas jogadores como: Inácio, Barão, Freire, Virgílio, Ademar, Mário Jorge, Carlos Xavier, Venâncio, Morato, Futre, Litos, Fernando Mendes, Jorge Cadete, Paulo Torres, Figo, Peixe, Dani, Caneira, Beto, Simão, Carlos Martins, Quaresma, Hugo Viana e Cristiano Ronaldo, só para falar dos que eu ainda vi jogar, daí para a frente o Sporting passou a ter meios únicos para optimizar o saber adquirido ao longo dos anos.

Os resultados imediatos podem ser considerados excelentes, pois o Sporting não só passou a dominar as competições dos escalões jovens, como continuou a produzir talentos para a sua equipa principal, entre os quais se destacaram João Moutinho, Nani, Miguel Veloso, Yannick Djaló, Rui Patrício, Carriço, Adrien Silva, Cédric Soares, André Martins, Bruma, William Carvalho e Carlos Mané.

Entretanto a concorrência percebeu as virtudes do modelo do Sporting e principalmente o Benfica já trabalha muito bem na formação, dispondo inclusivamente de um maior desafogo financeiro, o que nos últimos tempos lhes tem permitido melhores resultados desportivos e até um maior numero de atletas nas Selecções do futebol jovem.

Depois dos desvarios da gestão de Godinho Lopes, o Sporting voltou a eleger a formação como uma prioridade e tem sido notória a intenção de Bruno de Carvalho em segurar os principais talentos da Academia, cometendo até na minha opinião alguns exageros, que no entanto depois dos casos Bruma e Ilori, acabam até por ser compreensíveis.

A questão que agora se coloca é quem serão dos jogadores da Equipa B e emprestados, que terão condições para integrarem o plantel principal do Sporting na próxima temporada. Na época passada William Carvalho que estava esquecido na Bélgica afirmou-se como titular indiscutível, enquanto Carlos Mané foi a revelação de uma  temporada que se esperava fosse a da afirmação de Eric Dier, um jogador que me parece ter um enorme potencial, mas que poderá ser prejudicado pelas confusões resultantes da renovação do seu contrato.

Da Equipa B fala-se principalmente de Ricardo Esgaio, um jogador que faz toda a ala direita e que pode ser uma boa alternativa a Cédric SoaresWallyson Mallmann um brasileiro do qual eu pouco conheço para opinar, Iuri Medeiros um talento puro, mas que precisa de ser domado para decidir se quer efectivamente ser jogador da bola, ou apenas ser mais um e, Ousmane Dramé um jovem francês que me entusiasmou no pouco que dele vi.  Outro a quem eu augurava um bom futuro era o camaronês Fabrice Fokobo, mas parece que não quis renovar, por isso encostaram-no. É mais um que vai acabar nas reservas de um clube inglês ou num campeonato periférico.

Dos emprestados há dois de que gosto muito: em primeiro lugar João Mário, um jogador com uns pés maravilhosos, ao qual só faltará dar alguma intensidade ao seu futebol, porque de resto a bola dali sai sempre redondinha. Na minha opinião tem tudo para ser o próximo da lista a afirmar-se, até como titular. Depois vem Tobias Figueiredo, na minha opinião muito mais central do que Rúben Semedo e até do que Eric Dier, pelo que nunca percebi porque é que o emprestaram a um clube da 3ª divisão espanhola. Está ali um "centralão", no entanto alguma coisa há falhar para não ter tido ainda uma oportunidade.

Depois há jogadores que precisam de jogar a um nível mais alto, como Zezinho e Betinho que seria bom que fossem emprestados a clubes da 1º Liga, ficando a Equipa B para os seniores de 2º e 1º ano.

Uma coisa é certa, ou se contratam jogadores de qualidade indesmentível, ou então mais vale apostar nos nossos jovens




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