Doí não doí?

Num jogo decisivo para a atribuição do 2º lugar, o Sporting de Leonardo Jardim ganhou finalmente um clássico, mas a arbitragem continuou na berlinda, desta vez com queixas da parte do FCP e diga-se que com fundamentos, pelo menos no que diz respeito ao golo que decidiu a contenda.

De resto neste capítulo, este jogo veio dar inteira razão ao que o Sporting defende em relação à introdução das tecnologias como meio de auxilio aos árbitros. Com tais instrumentos o golo de Islam Slimani teria sido anulado poucos segundos depois de ter acontecido e, o jogo recomeçaria não no centro do campo, mas no local da deslocação do argelino, sem que isso significasse nenhum atraso ao normal desenrolar da partida, isto para além da gigantesca vantagem da salvaguarda da verdade desportiva. 

E por falar atrasos era bom e também muito fácil, que fosse adoptado o método do tempo útil na cronometragem dos jogos, não ao estilo do basquetebol com paragens sempre que a bola sai do campo, mas apenas descontando os momentos das substituições, lesões e outras alturas em que o árbitro achasse conveniente intervir, para assim se evitar perdas de tempo excessivas, como ontem aconteceu várias vezes, antes dos cantos ou livres perto das áreas. É inacreditável que se perca tanto tempo para depois no fim os árbitros acrescentarem uns minutinhos conforme lhes apetece.

É claro nem todos os problemas da arbitragem podem ser resolvidos com estas alterações. Por exemplo o lance entre Cédric Soares e Jackson, será sempre difícil de avaliar e muito discutível, mas isso não invalida que se possam erradicar do futebol alguns erros fáceis de resolver, como é o caso dos foras de jogo. Mas já se sabe que aqueles que estão habituados a serem beneficiados mais vezes do que aquelas em que são prejudicados, não querem deixar de ter essa vantagem. Só que depois quando lhes sai a fava também se queixam, como ontem se viu.

Quanto ao jogo, foi equilibrado e depressa se percebeu que ganhava quem marcasse primeiro,ou então ficaria zero a zero. Na 1ª parte o Porto demonstrou alguma insegurança na defesa que o Sporting nunca foi capaz de aproveitar, mas Quaresma estava inspirado e foi ele quem mais perto esteve de desbloquear a situação. Após o intervalo o Sporting apareceu melhor e depois de ameaçar marcou mesmo. A reacção do FC Porto foi ténue e apenas um desentendimento entre Rui Patrício e Eric Dier, pôs em perigo a vantagem leonina, enquanto Leonardo Jardim apostava no maior desgaste dos portistas para tentar arrumar a questão, recorrendo à velocidade dos seus avançados para manter o Porto em respeito.

Nessa altura, quando da primeira substituição, pensava eu que o sacrificado seria  Islam Slimani, passando Carlos Mané a jogar livre na frente, mas a saída de André Martins foi um sinal de coragem e confiança na equipa, que resultou em pleno.


Outra aposta de  que poderia ser discutida era a escolha do ponta de lança titular. Eu achava que para este jogo Fredy Montero seria o mais adequado, embora as últimas jornadas recomendassem o contrário, mas a verdade é que a escolha de Leonardo Jardim foi justa e resultou em cheio.

De resto também ficou à vista a importância de um jogador excepcional como já é William Carvalho, daí que se perceba o sprint de Paulo Batista no jogo com a Académica. Aquele cartãozinho deu um jeito do caraças.

Agora só com muita aselhice é que o 2º lugar poderá escapar, o que convenhamos já não será mau, embora sem apitos nem bandeiras, ou mesmo com menos alguns cartões, a coisa até poderia estar bem quente na luta pelo título.

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