Depois digam que eu não avisei.

Acho muito bem que o Sporting não se tenha ficado no caso do atraso do FC Porto, no jogo da última ronda da fase de grupos da Taça da Liga, pois é evidente que a coisa foi feita com a já habitual esperteza saloia dos portistas, embora na prática aquele expediente não tenha sido decisivo, apesar do golo que fez a diferença ter sido marcado quando o jogo do Sporting já tinha terminado há vários minutos.

Apesar de todo o barulho feito, com Bruno de Carvalho a exagerar um bocado ao referir-se ao penalti decisivo do jogo do Dragão, como um lance muito forçado, quando na realidade foi uma falta indiscutível, a verdade é que ninguém acreditou que a razão viesse a ser dada ao Sporting, num caso onde segundo algumas doutas opiniões, não se pode provar dolo da parte dos portistas.

No entanto parece que o Sporting ganhou o primeiro assalto, pois a Comissão de Instrução de Inquéritos da Liga terá considerado que os Dragões atrasaram propositadamente o jogo, restando agora saber qual vai ser a decisão do Conselho de Disciplina. No entanto o caso chegou a um ponto impensável e até já se fala na queda do Muro de Berlim ou do Império Romano, mas uma coisa é certa: esta Taça da Liga está ferida de morte.

Noutro tabuleiro o Sporting de Bruno de Carvalho também marcou pontos quando conseguiu reunir à sua volta vários clubes, apresentando uma serie de questões relevantes para a regeneração do futebol português, o que naturalmente não agradou aos donos da bola, a começar logo pelo FC Porto, que nem sequer apareceu, sem esquecer os donos do apito que também ficaram cheios de comichão.

O Benfica mandou uma senhora à primeira reunião e já não apareceu na seguinte, porque segundo a imprensa avermelhada explicou, acham que as medidas propostas pelo Sporting, não trazem nada de novo, ou são inexequíveis, ou então discordam delas como no caso do sorteio dos árbitros, o que ninguém estranha da parte de quem está habituado a ter uma palavra decisiva na nomeação apitadores e bandeirinhas que mais lhes convém.

Perante tudo isto, não deixou de ser estranho o silêncio de Bruno de Carvalho depois de uma jornada onde em Barcelos sobraram penaltis apaixonados, enquanto em Alvalade se iam mais 2 pontos pelo esgoto abaixo, com o dedo de outra arbitragem à maneira.

Tenho a certeza de que se o nosso adversário na próxima jornada fosse o Porto, o Presidente do Sporting não teria deixado passar as habilidades dos árbitros de serviço, que permitiram que o Benfica não só chegasse ao jogo de domingo com 2 pontos de avanço, como que o Sporting ficasse amputado de um jogador importante como é William Carvalho, que levou um amarelo que só em Portugal é que pode ser considerado bem mostrado, como foi quase de forma unânime, sob a pretexto completamente irreal de que aquela pequena falta cortou uma jogada prometedora, quando na verdade se tratou de um lance insignificante, disputado ainda no meio campo da Académica.

Outro caso que passou ao lado da imprensa de serviço, foi o lance que originou a lesão de Jefferson, uma entrada durissíma que nem um amarelo levou, mas isso ninguém viu, como também não se viu o braço maroto do Halliche e como não se tinha visto a grande defesa de um jogador do Rio Ave, no jogo da 5ª jornada. Já um pequeno contacto do Slimani no jogo com o Nacional foi perfeitamente visível num dia em que as regras do futebol se confundiram com as do basquet. Só aqui arderam 6 pontinhos.

Entretanto parece que o Vieira conseguiu desnomear o Sousa do Porto, um árbitro que não lhe convinha nada, e portanto vamos ter o Ferreira da Madeira que deve dar mais jeito, pelo que o mais certo é levarmos mais uma capelada e domingo à noite lá virá o Presidente do Sporting chorar sobre o leite derramado depois de ter lanchado com a Direcção do Benfica na Luz.

Isto só me faz lembrar os tempos do "manifesto" do Dias da Cunha que acabou no famoso campeonato paraty. Depois digam que eu não avisei.


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