Em quebra

O Sporting voltou a empatar a zero, desta vez no Estoril, num jogo em que já se previam muitas dificuldades e que tinha o aliciante de se disputar na mesma jornada em que os outros dois lideres do campeonato se defrontavam na Luz, pelo que até havia a possibilidade do Sporting se voltar a isolar no comando, ou de pelo menos ganhar pontos a um dos rivais.

No entanto este jogo serviu antes de mais para confirmar uma certa quebra deste sensacional Sporting de Leonardo Jardim, que perante uma excelente equipa como é este Estoril de Marco Silva, não foi capaz de desembrulhar o extenso pacote de dificuldades com que se deparou.

A 1ª parte foi muito equilibrada, com as duas equipas encaixadas num jogo de grande intensidade e muita luta, mas onde raramente a bola chegava com perigo às balizas, sendo a excepção para a única oportunidade de golo deste período, quando Wilson Eduardo surgiu isolado no lado direito do ataque leonino, mas permitiu a defesa a Vagner. O resto resumiu-se a um livre que deu um remate à barra da baliza de Rui Patrício, que talvez ainda tenha desviado a bola, e um remate de Adrien Silva que o guarda redes do Estoril defendeu sem grandes dificuldades.

Leonardo Jardim deixou correr o primeiro quarto de hora da 2ª parte, até se decidir a mexer na equipa, numa altura em que tudo continuava na mesma, pelo que já se esperavam as substituições do costume, com a entrada de Islam Slimani e a troca de extremos. Só que desta vez Jardim preferiu não se arriscar a perdeu o meio campo, quiçá escaldado com o que tinha acontecido no jogo com o Nacional, e resolveu deixar André Martins em campo, dando ao seu nº 8 a missão de apoiar a ala direita do ataque, onde Cédric Soares passou a ter mais liberdade.

A ideia era boa mas não funcionou e, até podia ter dado para o torto, pois o Estoril recuou e passou a ter mais espaço para o contra ataque, apostando na entrada de jogadores rápidos, de tal forma que Gerso esteve duas vezes perto do golo.

O Sporting passou a atacar mais, mas nem por isso conseguiu desembrulhar a defesa adversária, contando-se apenas uma excelente oportunidade de Adrien Silva, na melhor jogada da equipa e outra de Marcos Rojo já à beira do fim, onde Vagner imitou Rui Patrício, que no minuto anterior tinha evitado o pior, num jogo parecia destinado a não ter golos.

Leonardo Jardim ainda tentou apostar no 4x2x4 com a entrada de Carlos Mané, mas fazer uma substituição destas a 5 minutos do fim, é abusar da sorte e não faz muito sentido.

No final o nulo parece-me um resultado tão justo como quase inevitável, e digo quase porque estes jogos muito equilibrados, às vezes resolvem-se com um golpe de sorte ou um pequeno pormenor, que no caso do futebol português frequentemente se traduz por um apito amigo.

Chegados aqui eu terei de repetir aquilo que já tenho escrito muitas vezes, ou seja, a grande diferença entre o Sporting e os seus dois rivais está no tratamento que os árbitros dão a essas equipas e que ontem foi mais uma vez notório na actuação do vaidoso Proença, que para além de ter dado um verdadeiro concerto de apito, quebrando constantemente o ritmo ao jogo, teve um critério disciplinar ridículo, mostrando cartões sem sentido nenhum e no momento onde poderia ter marcado penalti, deixou andar.

Não vou sequer perder tempo a discutir se aquele encontrão ao Fredy Montero justificava a marcação de uma grande penalidade ou não, embora comparando com os contactos que muitos consideraram faltosos, no lance onde foi anulado um golo ao Sporting que poderia ter dado a vitória no jogo com o Nacional, aquilo só possa ser considerado penalti indiscutível. Mas uma coisa é certa, com o Benfica ou o Porto era bola para a marca e ponto final.

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