E pronto o Natal chegou Alvalade e veio com as prendas do
costume em forma de apitos, e desta feita o São Nicolau estava vestido de
amarelo e em vez de renas veio de mota.
Já se sabia que este ia ser um jogo muito difícil pois do
outro lado estava uma equipa orientada por um dos treinadores mais experientes
e qualificados do campeonato. De facto as equipas de Manuel Machado nunca são
peras doces e este Nacional justificou em Alvalade o lugar que ocupa na tabelea
classificativa e não fosse a intervenção do apitador do costume, eu diria que o
ponto conseguido fora inteiramente justo.
Com uma equipa muito bem organizada defensivamente e sem
descurar o contra ataque, mercê de dois alas com muita qualidade como são
Rondon e Candeias, o Nacional bloqueou quase por completo o jogo do Sporting,
que batia invariavelmente na sempre atenta defesa madeirense, de tal forma que
ainda na 1ª parte já comecei a ver que este seria um jogo onde a solução teria
de passar por Islam Slimani, pois era evidente que faltava um homem
na área. Assim chegou o intervalo com um inevitável nulo, num jogo animado mas
onde poucas foram as vezes em que o perigo rondou as balizas, podendo-se mesmo
dizer que a jogada mais perigosa fora um cabeceamento por cima de Lucas João,
numa das poucas vezes em que o Nacional se acercou das balizas leoninas.
A lesão de André Martins obrigou Leonardo Jardim a mexer mais cedo do que é costume
e, depois do jogo o treinador explicou que nessa altura ou metia Vítor
e provavelmente dali a 15/20 minutos teria de lançar Islam Slimani, ou antecipava a aposta no 4x4x2 que já
é uma espécie de plano B para quando é necessário correr mais alguns riscos.
Nesta situação a decisão do treinador pareceu-me obvia, mas a verdade é que o
Sporting perdeu o controlo do meio campo e passou a ter menos bola, o que
obrigou a equipa a recorrer muitas vezes ao jogo directo e tornou o Nacional
cada vez mais ameaçador.
Mesmo assim a bola chegou duas vezes à cabeça do avançado
argelino. Na primeira Islam Slimani obrigou Gotardi a uma excelente defesa,
na segunda fez um golo limpinho, limpinho, limpinho, que o Mota de serviço
resolveu anular, numa decisão que eu me recuso a discutir, apenas me limito a
dizer de forma categórica que aquele golo nunca seria anulado na Luz ou no
Dragão, e ponto final na discussão.
Pelo meio o Nacional teve uma flagrante ocasião de golo, mas
aí Rui Patrício fechou o angulo ao máximo obrigando
Barcelos a rematar ao lado.
Daí para a frente o Sporting porfiou, mas as soluções que Leonardo Jardim dispõe no banco não são muitas e, a
verdade é que as substituições pouco acrescentaram a um Sporting, que para além
de ter tido pela frente uma boa equipa, também teve alguns jogadores um pouco
abaixo do seu rendimento habitual, sendo o caso de Fredy Montero o mais evidente, mas os extremos também
nunca conseguiram meter a bola em condições na área.
Houve um momento em que dei comigo a pensar que se ganhássemos este jogo íamos ser Campeões, mas a verdade é que não ganhámos, nem sequer tivemos lá perto, portanto caí na realidade.
No final assistimos à revolta compreensível dos jogadores
leoninos, enquanto Leonardo Jardim teve mais uma lição do que é ser
treinador do Sporting.
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