Sem a sorte do jogo

Não partilho a esmagadora corrente de opiniões que enalteceu a superioridade do FC Porto no clássico do Dragão, apresentando-a como algo de inevitável, apesar de todos reconhecerem que o Sporting foi uma equipa sem medo que manteve a sua identidade e jogou olhos nos olhos com o todo poderoso líder crónico do campeonato português.

Este FC Porto não me convence e parece-me estar longe de ser aquela equipa que se impunha sem grandes dificuldades no futebol nacional, mesmo quando sob o comando de treinadores razoáveis. Agora o nível dos jogadores desceu e este treinador também não acrescenta nada à equipa.

O Porto de ontem foi acima de tudo uma equipa feliz nos momentos decisivos do jogo, chegando ao intervalo a ganhar por 1-0, graças a um penaltí estupido cometido por Maurício, que calculou mal o tempo de entrada numa jogada fácil de adivinhar, enquanto André Martins não soube  aproveitar um desentendimento entre Helton e Otamendi.

De resto a 1ª parte foi equilibrada e desinteressante, mas mesmo assim deu para ver que apesar do golo madrugador, ao contrário do que muitas vezes aconteceu nestes clássicos, nem o FC Porto se entusiasmou, nem o Sporting tremeu.

Na 2ª parte o jogo melhorou e o Sporting chegou com naturalidade e inteira justiça ao empate, com um golo do enorme William Carvalho, mas mais uma vez a sorte esteve do lado dos portistas, que logo a seguir voltaram a marcar perante alguma passividade da defesa leonina, principalmente da parte de Marcos Rojo, numa altura em que o jogo poderia mudar de feição.

Mais uma vez o Sporting mostrou ser uma equipa bem estruturada e não abanou, partindo novamente atrás do prejuízo, mas Fredy Montero foi pouco convicto na única oportunidade que teve e permitiu a defesa a Helton, que pouco depois voltou a brilhar.

Quando o empate parecia estar à vista, chegou o 3-1 na sequência de um contra ataque e só aí o Sporting baixou os braços, mas ficou à vista que com uma pontinha de sorte o desfecho deste jogo poderia ter sido outro, apesar da fanfarronice dos portistas, que no entanto é compreensível como resposta a quem , antes do jogo falou de mais.



 

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