Soube a pouco

O Sporting de Leonardo Jardim passou com nota positiva o primeiro grande teste à sua capacidade actual, mas faltou alguma experiência para subir a um patamar mais alto, perante um Benfica ainda longe do que fez nas temporadas anteriores.

Os Leõezinhos entraram a toda a força e aos 5 minutos de jogo já tinham conseguido 5 cantos, de tal forma que o golo de Fredy Montero chegou aos 10 minutos com inteira justiça.

Este golo não fez bem ao jogo. Esperava-se uma reacção do Benfica mas esta foi muito ténue, resumindo-se a duas boas oportunidades de golo, que nem foram fruto de uma inversão no sentido de um jogo em que o Sporting continuou a mandar, mas sem ter a capacidade para matá-lo, numa altura em que o Benfica estava mesmo a jeito.

No início da 2ª parte o jogo partiu um bocadinho, entrando numa fase em que o golo tanto poderia acontecer de um lado como do outro, até que a lesão de Gaitan antecipou a previsível entrada de Cardoso, que se foi plantar na área do Sporting, causando alguma preocupação dentro e fora do campo. O paraguaio pode não estar ainda em forma, mas só a sua presença destabilizou e muito a defesa leonina.

Numa altura que o Benfica já dominava, Leonardo Jardim tentou reequilibrar a sua defesa com a entrada de Eric Dier, o que lhe permitia jogar com 3 centrais quando necessário, mas aquilo que parecia ser uma opção óbvia, acabou por não resultar, pois o Benfica empatou logo a seguir e ainda por cima numa jogada em que Markovic passou pelo meio, sem que William Carvalho primeiro e Eric Dier depois, o tivessem virado como se impunha.

O Sporting sentiu esse golo e durante alguns minutos cheguei a temer a reviravolta, no entanto a equipa soube reorganizar-se, principalmente depois da entrada de Diego Capel, que me pareceu algo tardia, e acabou o jogo outra vez em cima da área do Benfica, mostrando ser a equipa que queria e merecia ganhar o jogo.

Faltou apenas maturidade para matar o jogo quando o Benfica estremeceu por todos os lados, sobrando ingenuidade, principalmente no lance do golo do empate, sendo que Leonardo Jardim não foi muito feliz quando mexeu na equipa, ao contrário de Jesus que teve sorte nas substituições que foi obrigado a fazer.

A nível individual o destaque vai para a enorme exibição de Adrien Silva, assumindo a condição de patrão desta equipa e mostrando a Paulo Bento quão injusto foi tê-lo excluído da última convocatória para a Selecção Nacional, onde ele já devia ter um lugar cativo.

Pela negativa estiveram Wilson Eduardo e André Carrillo, que nunca foram capazes de aproveitar aqueles que são os pontos fracos deste Benfica, ou seja dois laterais sem velocidade, um verdadeiro filão que ficou por explorar.

Em relação à arbitragem, é verdade que Fredy Montero estava fora de jogo no inicio do lance do golo do Sporting, mas Rodrigo também estava quando pouco depois atirou à barra e logo a seguir André Martins não estava e o fiscal de linha levantou a bandeira, interrompendo uma jogada perigosa do ataque leonino. Foram tudo lances muito complicados que poderiam ser facilmente resolvidos com o recurso às tecnologias disponíveis, mas enquanto os senhores da bola não quiserem, vamos de ter de viver com estes pequenos erros.

Já no que diz respeito ao abraço de Maurício a Cardozo, a coisa é diferente, nem com tecnologia isto se resolve. Mas aqui eu só pergunto é porque é que o realizador apenas foi buscar aquele lance. Tenho a certeza que nos 14 cantos que houve a favor do Sporting, seria fácil encontrar coisas muito parecidas. Mas pronto como o Benfica estava a perder tinham de arranjar uma desculpa qualquer.

Engraçado foi ver no fim o Jesus a queixar-se da arbitragem. Enfim, desta vez não foi limpinho, limpinho, limpinho.

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