Futebol, um grande desafio

Já se sabia que a situação financeira do Sporting era o maior dos problemas com que se iria deparar a nova Direcção do Clube, mas a questão do Futebol não é de menor importância e implica dificuldades de um nível idêntico, até porque sem dinheiro não é fácil construir uma boa equipa.

Durante a recente campanha eleitoral pareceu-me que o ponto mais fraco do programa de Bruno de Carvalho era o Futebol, uma área onde ele apresentou uma estrutura que nunca conseguiu explicar muito bem, entre outros aspectos pouco convincentes, isto para além da falta de experiência das pessoas escolhidas para o acompanhar, que inicialmente seriam três, mas que afinal são apenas duas.

A questão de Jesualdo Ferreira era uma bota complicada de descalçar, uma situação que acabou por ser facilitada pelo afastamento do Sporting da Liga Europa, mas que deixou nos ombros do Presidente uma responsabilidade acrescida na escolha do próximo treinador.

Na minha opinião o problema foi bem resolvido, mesmo que eu fosse um defensor da continuidade do Professor, o que no entanto só faria sentido se essa fosse realmente uma decisão tomada por convicção.

No entanto percebeu-se que nunca houve aquela química necessária entre o treinador e o Presidente, pelo que sendo assim o melhor era mesmo partir para outra solução, e aí parece-me que a opção Leonardo Jardim era realmente a melhor entre aquelas que realisticamente poderiam ser possíveis, sendo também de aplaudir a rapidez com que o problema foi resolvido.

Seguem-se novos desafios na construção do plantel, com a questão das vendas e das contratações a constituírem-se como os grandes testes à capacidade de Inácio para as novas funções que agora desempenha.

Para já foi contratado o lateral esquerdo Jefferson, ao que parece por ser mais barato do que Joãozinho que era um jogador interessante e com alguma margem de progressão. Quanto ao brasileiro que agora chegou não me posso pronunciar, pois só o vi jogar contra o Sporting e confesso que não reparei muito nele, a não ser quando fez aquele golão na Amoreira. Só o tempo dirá se foi ou não uma boa escolha.

O dossier mais difícil será sem dúvida o do, ou dos avançados que vão substituir Van Wolfswinkel. De Ghilas, até Mido, passando por Carlão, ainda não vi um nome que me impressionasse, embora o ponta de lança argelino seja um jogador interessante e que Inácio conhece muito bem. Vamos ver o que vai sair dali.

O Inácio também disse e muito bem que são necessários alguns jogadores experientes, o que não quer dizer veteranos, para contrabalançar a anunciada aposta na formação, e realmente para além do avançado, julgo que o plantel precisa pelo menos de um central com esse perfil.

Também se fala de muitos regressos e realmente entre os emprestados há alguns jogadores com potencial e que merecem uma oportunidade, mas como o plantel parece que vai ser curto, não cabe toda a gente, embora me pareça que 20 jogadores mais os 22 da Equipa B, será pouco e acabará outra vez por sacrificar muito os Juniores.

Os jornais vão dizendo que em nome da austeridade, tudo quanto é jogador caro está à venda, mas Inácio garante que não estamos em época de saldos. Vamos a ver quem é que vai ser vendido e a que preço, principalmente depois do bate boca do Presidente com Pinto da Costa. É que essa coisa de se dizer que não há bananas no Sporting, é muito bonito, mas o que nós queremos é que nunca mais haja um banana capaz de vender um jogador com o potencial do João Moutinho por apenas 11 milhões.

Enfim vão ser dois meses muito animados, talvez até três, pois o mercado só fecha em Agosto, o que é sempre um problema acrescido na construção do plantel. Tem a palavra o Sr. Inácio.

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