A maldita austeridade

Nobre Guedes é a última pessoa a poder falar da situação financeira do Sporting, pois foi ele um dos principais responsáveis pela gestão ruinosa dos últimos anos, no entanto o que ele agora disse é uma verdade. Cortar na despesa sim senhor, mas também é preciso aumentar as receitas e não é com cortes cegos que isso se consegue.

A triste conclusão que eu tirei durante a campanha eleitoral das últimas eleições do Sporting Clube de Portugal, foi que infelizmente nenhum dos três candidatos tinha o respaldo financeiro necessário para resolver os inúmeros problemas com que se iria deparar se fosse eleito.

Carlos Severino andou a brincar às eleições com a conversa do Cruyff, enquanto Couceiro iria apenas fazer aquilo que a banca mandasse, tal como acontecera com os seus três antecessores, portanto restava-nos Bruno de Carvalho como a nossa última esperança. No entanto logo na altura a ideia com que eu fiquei, foi a de que ele não tinha nada para oferecer aos sportinguistas, para além da sua indesmentivel paixão e vontade de ser Presidente do Clube.

Não foi preciso muito tempo para que essa minha ideia se confirmasse, quando a banca numa atitude inqualificavel, tentou uma espécie de golpe de estado fechando-lhe a torneira dos euros, o que foi o suficiente para se ver que não havia dinheiro nem para garantir o normal funcionamento da Clube/SAD, nos primeiros dias.

Foi preciso que os sportinguistas mostrassem a sua força para que o bom senso prevalecesse e a banca desbloqueasse as contas do Sporting, mas logo aí Bruno de Carvalho confessou que o acordo não ia ser aquilo que ele e todos nós desejaríamos, sendo fácil de concluir que esta Direcção vai ter de fazer aquilo que a banca mandar, se calhar até de uma forma mais rígida do que o que aconteceria com José Couceiro.

Agora só se fala em despedimentos, na redução dos orçamentos e na venda dos jogadores mais caros e valiosos do plantel, o que nos leva outra vez à analogia com a situação em que o nosso País vive, enterrado numa espiral recessiva resultante de uma política de cortes cegos em nome de uma austeridade que nos sufoca a todos.

Se for esse o caminho escolhido pelo Sporting, como parece ser, então temos de nos preparar para dias muito difíceis, pois com uma equipa ainda mais fraca do que aquela que fez a pior classificação da história do Clube, não podemos esperar muitas alegrias e dificilmente poderemos contar com o crescimento em termos de receitas, que na minha opinião é tão importante quando o corte na despesa.

Assim aguado com expectativa, mas muita apreensão a Assembleia Geral que se avizinha, onde espero conhecer os contornos reais daquilo que serão os planos desta Direcção, e para já apenas peço que sejam frontais e não nos tentem enganar.

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