Jesualdo Ferreira a somar pontos

Depois da saborosa vitória em Braga, Jesualdo Ferreira optou compreensivelmente por não mexer muito na equipa, e para além da troca forçada de Joãozinho por Miguel Lopes, apenas devolveu a titularidade a Bruma, premiando assim a boa exibição de André Martins, que manteve o lugar na equipa, em detrimento do irregular Labyad.

Estas opções faziam sentido numa perspectiva de gestão do grupo, no entanto para um jogo como este com o Moreirense, parece-me que se exigia um meio campo mais ofensivo, que passaria sempre pela inclusão do marroquino na posição 10, para a qual não tem concorrência neste plantel, o que não queria forçosamente dizer que André Martins saísse da equipa, pois mesmo que Eric Dier não saiba jogar mal, a verdade é que ele não é propriamente um Beckembauer cheio de talento e capaz de se transformar num médio criativo.

É claro que tudo isto iria provocar muitas mexidas, porque o inglês também não merecia sair da equipa, pelo que se calhar teria de recuar para o seu lugar de defesa central, onde continua a faltar um patrão, que ele talvez um dia possa vir a ser.

Estas opções de Jesualdo Ferreira resultaram como seria de esperar em algumas dificuldades da parte do Sporting em ultrapassar uma equipa que defendia com 9 jogadores atrás da linha da bola, e as oportunidades foram poucas, acabando o golo por acontecer na sequência de um penalti despropositado.

Chegados ao intervalo a ganhar por 1-0 parecia que o pior estava feito, mas esta equipa tem grandes dificuldades em gerir vantagens e levou com o golo do empate logo a abrir o 2º tempo, numa jogada em que Ghilas fez o que quis perante a passividade de Miguel Lopes e de Marcos Rojo, para depois meter a bola no lado de Rui Patrício, que talvez pudesse ter feito melhor nessa jogada.

Jesualdo Ferreira foi então forçado às mexidas óbvias, com a entrada de Labyad e a saída de um Miguel Lopes sem ritmo de jogo, alterações que resultaram numa imediata subida de rendimento de toda a equipa, que assim voltou a chegar ao golo.

Mas mais uma vez o Sporting não foi capaz de segurar a vantagem durante muito tempo, cedendo o empate na sequência de um livre à entrada da área, com claras responsabilidades para Tiago Ilori, pela falta e pela passividade na abordagem ao cruzamento.

Este golo obrigou Jesualdo Ferreira a arriscar tudo com a entrada de Valentín Viola para jogar mais perto de Van Wolfswinkel, ficando a equipa com apenas três defesas, que deveriam chegar para o já desgastado Ghilas.

O jogo partiu e percebeu-se que tudo poderia acontecer, e de facto assim foi. Primeiro mais um livre perto da área leonina que só não deu golo por milagre, pondo a nu mais uma vez as dificuldades da equipa neste tipo de lances, onde treme muito na sua área e não aproveita nada na área adversaria, o que foi visível nos 12 cantos de que o Sporting beneficiou, sem nunca conseguir criar qualquer perigo.

Depois foi Tiago Ilori a redimir-se, ao fazer um excelente cruzamento que acabou com o golo da vitória obtido já à beira do apito final precisamente Valentín Viola, premiando a boa leitura que Jesualdo Ferreira fez do jogo, um desfecho que acaba por ser merecido e que deixa o Sporting a apenas 2 pontos do 5º lugar desejado.

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